PGR: Bolsonaro denunciado por tentativa de golpe de Estado

Também foram denunciados o ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro, o general Braga Netto; e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Ao todo, são 34 denunciados.

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou o ex-mandatário Jair Bolsonaro pela tentativa de Golpe de Etado em 2022.

Bolsonaro enfrentou acusações pelos seguintes delitos:

  • liderança de organização criminosa armada
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • golpe de Estado
  • dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da união
  • deterioração de patrimônio tombado

 

A PGR também declarou que Bolsonaro esteve à frente do grupo que buscou desestabilizar a democracia no país.

Caso a acusação seja acolhida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro será considerado réu e será submetido a um processo penal na corte.

O ex-ministro e ex-vice na candidatura de Bolsonaro, general Braga Netto, juntamente com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, também foram alvos de denúncias. No total, 34 pessoas enfrentam acusações (confira a lista ao final).

Ex-presidente tinha conhecimento do plano para matar Lula e apoiou

Segundo a acusação apresentada pela PGR, sob a responsabilidade do procurador-geral da República, Paulo Gonet, Bolsonaro estava ciente do esquema para assassinar Lula no final de 2022 e apoiou a conspiração.

Os integrantes do grupo criminoso elaboraram, dentro do Palácio do Planalto, um esquema para atacar as instituições, visando derrubar o funcionamento dos Poderes e a ordem democrática, que foi batizado de “Punhal Verde Amarelo”. O projeto foi planejado e apresentado ao Presidente da República, que concordou com ele, enquanto era publicado um relatório no qual o Ministério da Defesa se via obrigado a afirmar que não havia indícios de fraudes nas eleições, informou o procurador-geral.

Discurso contra a democracia

Conforme Gonet, desde 2021, Bolsonaro passou a adotar um discurso de descontinuidade em relação à democracia.

“Para facilitar a compreensão dos acontecimentos relatados, é importante recordar que, desde 2021, o Presidente da República começou a adotar uma postura cada vez mais divergente da normalidade institucional em seus diversos pronunciamentos públicos, nos quais manifestava insatisfação com as decisões dos tribunais superiores e com o sistema eletrônico de votação vigente..

Conforme Gonet, a postura de Bolsonaro em relação à democracia se tornou mais hostil após as eleições de 2022.

A ascensão desse cenário se intensificou de maneira significativa quando Luiz Inácio Lula da Silva, considerado o principal adversário na corrida eleitoral de 2022, passou a ser elegível devido à revogação de suas condenações penais..

Relação de denunciados

Os acusados de tentativa de golpe de Estado são:

Alexandre Rodrigues Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin e deputado federal

Crimes: Golpe de Estado, Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Organização Criminosa.

Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marina

Crimes: Golpe de Estado, Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Organização Criminosa.

Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça

Crimes: Golpe de Estado, Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Organização Criminosa.

Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional

Crimes: Golpe de Estado, Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Organização Criminosa.

Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República

Crimes: Golpe de Estado, Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Organização Criminosa.

Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Crimes: Golpe de Estado, Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Organização Criminosa.

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

Crimes: Golpe de Estado, Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Organização Criminosa.

Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa, ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro e general

Crimes: Golpe de Estado, Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Organização Criminosa.

E também:

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Angelo Martins Denicoli
  3. Bernardo Romão Correa Netto.
  4. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  5. Cleverson Ney Magalhães.
  6. Estevam Cals Teófilo Gaspar de Oliveira
  7. Fabrício Moreira de Bastos
  8. Filipe Garcia Martins Pereira
  9. Fernando de Sousa Oliveira
  10. Giancarlo Gomes Rodrigues
  11. Guilherme Marques de Almeida.
  12. Hélio Ferreira Lima
  13. Marcelo Araújo Ormevet
  14. Marcelo Costa Câmara
  15. Márcio Nunes de Resende Júnior.
  16. Mário Fernandes
  17. Marília Ferreira de Alencar
  18. Nilton Diniz Rodrigues.
  19. Paulo Renato Figueiredo Filho de Oliveira
  20. Rafael Martins de Oliveira
  21. Reginaldo Vieira de Abreu
  22. Rodrigo Bezerra de Azevedo
  23. Ronald Ferreira de Araújo Júnior
  24. Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  25. Silvinei Vasques
  26. Wladimir Matos Soares

 

Relatório

A Procuradoria Geral da República fundamentou sua decisão em um relatório da Polícia Federal que, em novembro do ano anterior, recomendou o indiciamento de Bolsonaro e mais 36 indivíduos, como:

  • o general Braga Netto, que foi ministro no governo de Bolsonaro e concorrente à vice-presidência na candidatura de Bolsonaro em 2022;
  • o tenente-coronel Mauro Cid, assistente pessoal de Bolsonaro e colaborador em investigações;
  • o ex-titular do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno;
  • O ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) é um policial federal.
  • Valdemar da Costa Neto é o líder do Partido Liberal (PL), que apoia Bolsonaro.

 

Em dezembro, a Polícia Federal elaborou um relatório adicional, acusando mais três indivíduos, o que elevou o total de indiciados na investigação para 40.

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