A prisão preventiva foi deferida em razão da prática reiterada dos crimes eleitorais de violência política praticados contra uma deputada federal
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quinta-feira (18), no aeroporto de Belém, o ex-deputado federal Wladimir Costa. Ele foi abordado ao desembarcar em Belém e encaminhado ao sistema prisional do estado. Wladimir é suspeito de ter cometido crimes eleitorais e de ter promovido ofensas, por meio das redes sociais, à deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA).
Sobre o caso das ofensas, segundo a PF, o ex-deputado teria cometido violência política. O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) chegou a ordenar a retirada das postagens.
O Tribunal Regional Eleitoral também ordenou a exclusão das postagens em redes sociais que motivaram o mandado de prisão. O ex-deputado federal paraense Wladimir Costa foi eleito para exercer quatro mandatos na Câmara dos Deputados, nos anos 2003-2007, 2007-2011, 2011-2015 e 2015-2019. O então parlamentar passou pelos partidos PMDB e Solidariedade. Hoje ele não está filiado a nenhuma legenda.
Em 2017, ele teve o mandato cassado por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ele foi acusado de ter recebido dinheiro “oriundo de fontes não declaradas” para a campanha dele à Câmara dos Deputados, em 2014. O deputado ficou conhecido por ter tatuado o nome do ex-presidente Michel Temer (MDB) no ombro. Ele também foi responsável por estourar uma bomba de confete durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O artigo 326-B do Código Eleitoral diz que é crime eleitoral assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo. A pena prevista é reclusão de 1 a 4 anos, e multa.
Tatuagem
Wladimir Costa foi deputado federal por quatro mandatos consecutivos, saindo da Câmara em 2019. No começo de 2013, ele chegou a ser condenado a nove meses de prisão, em regime aberto, após disparar, nas redes sociais, ofensas a artistas como Glória Pires e Wagner Moura.
A passagem de Costa pela Câmara foi marcada, principalmente, por uma atuação excêntrica. Durante o processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), do qual foi a favor, Costa foi a favor, Costa ficou conhecido pela defesa ao então presidente da Casa, Eduardo Cunha. Durante o governo Temer, Costa chamou a atenção por exibir uma tatuagem feita em homenagem ao ex-presidente.
O Opinião em Pauta não conseguiu localizar a defesa de Wladimir Costa. O portal tenta contato com a deputada federal Renilce Nicodemos, mas até a publicação desta matéria não houve retorno.
(Foto: Evaristo Sa/AFP)