Ele foi detido durante cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pelo STF. Agentes flagraram Valdemar com uma arma com registro irregular e apreenderam pepita de ouro na casa do dirigente
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, foi preso em flagrante, na manhã desta quinta-feira (8), em Brasília, por porte ilegal de arma de fogo. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele estava sendo alvo de um mandado de busca e apreensão em uma ação que investiga a tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, quando foi flagrado com uma arma com registro irregular.
Na casa do dirigente, também foi apreendida uma pepita de ouro bruta que será encaminhada ao Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF para ser periciada. Valdemar é suspeito de participar da organização de um golpe de Estado. A sede do PL é um dos locais apontados pela investigação como sendo endereço onde ocorreram reuniões para discutir o golpe. A arma estava na casa de Valdemar. Ele será levado para a sede da corporação para prestar depoimento. Em seguida, as informações devem ser encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que o magistrado decida se mantém a prisão ou se libera Valdemar para responder em liberdade. A arma de fogo encontrada não tem registro.
De acordo com a PF, estão sendo cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes e suspensão do exercício de funções públicas.
Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022. O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
“Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado”, informou a PF, em nota.
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