PF intima general Heleno a depor no inquérito da ‘Abin Paralela’

O depoimento do ex-ministro de Bolsonaro foi marcado para a próxima terça-feira (6) na sede da Polícia Federal, em Brasília

 

A Polícia Federal (PF) intimou nesta terça-feira (30) o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante todo o governo de Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno, para depor no inquérito que apura um suposto esquema de espionagem montado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a mando do então diretor da agência Alexandre Ramagem. Na época, a Abin era subordinada à pasta comandada pelo general. O depoimento de Heleno foi marcado para a próxima terça-feira (6) na sede da PF, em Brasília (DF).

A corporação quer esclarecer fatos que teriam ocorrido quando ele estava à frente do órgão. O militar vai depor para a equipe que conduz o atual inquérito. Investigadores querem saber se ele tinha conhecimento das supostas ilegalidades cometidas supostamente por Ramagem na Abin e quem eram os destinatários dos produtos e relatórios produzidos. As investigações apontam que o vereador Carlos Bolsonaro, filho 02 de Bolsonaro, integra o núcleo político do esquema que espionou ilegalmente pelo menos 1,8 mil pessoas.

As investigações indicaram que a Abin tentou favorecer familiares de Bolsonaro no esquema de espionagem. O caso é investigado no âmbito da Operação Vigilância Aproximada. Durante as buscas, realizada na segunda-feira (30), que miraram Carlos Bolsonaro, foram apreendidos dez celulares, três notebooks, um HD externo e uma arma na casa de um militar ligado à Abin.

A apreensão ocorreu no endereço ligado a Giancarlo Gomes Rodrigues, que atuou como assessor do deputado federal Alexandre Ramagem quando ele estava no comando da agência. As apreensões ocorreram em Salvador, na Bahia. Giancarlo atuou em batalhões do Exército no Rio de Janeiro e no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), durante o governo do ex-presidente Michel Temer.

O ministro Alexandre de Moraes afirmou que “a organização criminosa infiltrada” na agência usou “métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras” do governo Bolsonaro. O magistrado também havia dito que a Abin foi usada na gestão bolsonarista para monitorar o caso Marielle Franco, ex-vereadora do Rio assassinada em 2018. Cerca de 30 mil pessoas foram monitoradas, informou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, no começo do mês.

(Foto: Agência Brasil)

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