PF encontra US$ 171 mil em espécie com diretor afastado da Abin

Dinheiro estava na residência de Paulo Maurício Fortunato, que integrou direção no governo Bolsonaro e era atual 03 da agência

 

A Polícia Federal (PF) encontrou, na manhã desta sexta-feira (20/10), US$ 171.800 em espécie durante busca e apreensão na casa do secretário de planejamento de gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Maurício Fortunato. Ele é o atual 03 da agência. A PF vai investigar a origem do dinheiro, já que mantê-lo em caso em si não é crime.

Fortunato é um dos alvos da investigação sobre uso irregular de um sistema secreto de monitoramento de geolocalização de celulares durante o governo de Jair Bolsonaro. Ele foi afastado das funções pelo ministro Alexandre de Moraes. No governo de Bolsonaro, Paulo Fortunato foi o diretor de Operações de Inteligência da agência —área responsável por adquirir e manusear o software cujo uso é investigado.

O dirigente afastado foi nomeado como secretário de Planejamento e Gestão, o terceiro cargo mais alto na estrutura da Abin, pelo atual chefe da agência, Luiz Fernando Corrêa, quando ainda não era investigado. De acordo com o currículo divulgado no site da Abin, Fortunado é formado em Ciências Econômicas e dentro da área de inteligência tem experiência em contrainteligência, contraterrorismo e análise do crime Organizado transnacional.

Ao todo, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, sendo 17 no Distrito Federal (Brasília), um em Goiás (Alexânia), dois em São Paulo (São Paulo e São José dos Campos), dois no Paraná (Curitiba e Maringá) e três em Santa Catarina (Florianópolis, São José e Palhoça). Também foram expedidos dois mandados de prisão preventiva no DF, cinco de afastamentos contra a diretoria da Abin, também no DF. Os diretores afastados estavam no cargo na gestão de Jair Bolsonaro (PL) e foram mantidos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O que diz a Abin

Em nota, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou que cumpre as decisões judiciais sobre o caso, “incluindo as expedidas na manhã desta sexta-feira (20/10)”. “Foram afastados cautelarmente os servidores investigados”, ressaltou. “A atual gestão e os servidores da ABIN reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito”, acrescentou o órgão.

A agência também disse que a verificação de regularidade do uso de sistema de geolocalização foi concluída em 23 de fevereiro deste ano. Com as conclusões da verificação, uma sindicância investigativa foi instaurada pelo órgão em 21 de março.

(Foto: Divulgação/Abin)

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