PF descobre atuação direta do governo Bolsonaro para prejudicar eleitores de Lula no 2o Turno

Uma investigação da Polícia Federal contra o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres aponta para a existência de um “boletim de inteligência”, produzido em outubro de 2022, que detalhava os locais onde o então candidato Lula (PT) havia sido mais votado no primeiro turno.

A informação é do jornalista Lauro Jardim, de O Globo.

De acordo com a publicação, o documento teria sido feito pela diretora de Inteligência do Ministério da Justiça à época, Marília Alencar, delegada que foi trabalhar com Torres na Secretaria de Segurança do Distrito Federal neste ano.

A suspeita da PF é que as informações serviram para colocar em prática uma operação da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno da eleição entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na ocasião, o maior número de blitzes foi realizado na região Nordeste.

Segundo O Globo, Marília tentou apagar o boletim do celular, mas a PF conseguiu recuperar o documento.

A corporação também descobriu uma viagem de Torres à Bahia, na véspera do segundo turno, acompanhado do então diretor da PF Marcio Nunes. O objetivo, diz o jornal, seria pressionar o então superintendente regional, Leandro Almada, a atuar na operação no dia da eleição, dando apoio à PRF.

O documento foi produzido em outubro.

Detalhava os locais em que Lula havia sido mais votado no primeiro turno.

Para os investigadores, o material serviu para que Anderson botasse de pé a tentativa de atrapalhar a chegada dos eleitores aos locais de votação nestas regiões, com a célebre operação feita pela PRF no dia 30 de outubro.

Torres está preso desde janeiro em decorrência dos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília.

À medida que as investigações da PF sobre Anderson Torres avançam, mais o ex-ministro de Jair Bolsonaro fica enrolado.

De todos os lados.

Em relação à “minuta do golpe”, mais uma discrepância foi apurada. O ex-ministro disse que o documento golpista foi entregue a ele por sua secretária.

Ela, no entanto, foi taxativa em seu depoimento:

— Nunca entreguei nada.

(Foto: Evaristo Sá/AFP.)

Relacionados

plugins premium WordPress