PF apreende R$ 915 mil em operação que tem como alvo prefeito de Ilhéus

Conhecido como Marão, político está em campanha para tentar eleger Bento Lima (PSD) sucessor no município baiano

 

A Polícia Federal (PF) contabilizou R$ 915.990,00 em espécie apreendidos na operação desta quinta-feira (26), que investiga um esquema de pagamento de propina a agentes públicos, para que as empresas investigadas fossem beneficiadas com contratos na Prefeitura Municipal de Ilhéus, no litoral sul da Bahia. Os contratos investigados somam mais de R$ 45 milhões. O prefeito Mário Alexandre (MDB), reeleito em 2020 pelo PSD e conhecido como Marão, foi um dos 17 alvos de busca e apreensão. A PF realizou buscas na casa do chefe do executivo municipal e na Prefeitura.

Ao todo, os agentes cumpriram os mandados em Ilhéus, Itabuna, Salvador, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista. A Justiça também autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos, além da apreensão de valores. Na casa de um dos alvos, a PF apreendeu R$ 700 mil em espécie. Os outros R$ 215.990,00 foram localizados em outros endereços. Os nomes dos alvos destas buscas específicas ainda não foram divulgados.

A polícia aponta a existência de um esquema de pagamento de propina a agentes públicos para que as empresas investigadas fossem beneficiadas com contratos na gestão municipal. Os ajustes entre empresários e agentes públicos eram realizados antes mesmo da realização da licitação e definiam a empresa que seria vencedora.

Além do direcionamento das licitações, a apuração constatou o superfaturamento dos serviços em dezenas de contratos, fraude documental, crime de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os contratos investigados envolvem valores superiores a R$ 45 milhões. “A atuação dos agentes públicos ocasionou desvios de recursos públicos na área de saúde, educação e limpeza urbana”, diz a PF em nota enviada à imprensa.

Os investigados podem responder pelos crimes de frustação do caráter competitivo da licitação, fraude em licitação ou contrato, corrupção passiva, corrupção ativa, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A operação foi batizada de “Barganha” com referência à troca de benefícios, uma espécie de moeda de troca para a assinatura de contratos, no qual as duas partes eram beneficiadas em detrimento do erário público, segundo a PF.

(Foto: Divulgação/PF)

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