Pesquisa mostra o que os brasileiros pensam sobre exploração de petróleo na Foz do Amazonas

Estudo Atlas/Intel para CNN Brasil expõe divergências sobre riscos ambientais, benefícios econômicos e condicionantes para a exploração petrolífera na região amazônica

 

Um levantamento exclusivo realizado pela Atlas/Intel divulgada nesta segunda-feira (18) revelou que a opinião pública sobre a exploração de petróleo na Foz do rio Amazonas está dividida, com diferentes perspectivas sobre as condicionantes e os riscos envolvidos. Segundo a pesquisa, 26,1% dos brasileiros dizem que a Petrobras deve poder explorar petróleo na região, enquanto 18,3% avaliam que essa possibilidade não deve existir “de jeito nenhum”.

Para o maior contingente (36,3%), a exploração deve ocorrer apenas se a empresa tiver as licenças e realizar estudos de impacto. Outros 19,3% afirmam não saber. O levantamento foi feito com 1.834 entrevistados entre os dias 4 e 7 de dezembro. Essa divisão de opiniões se acentua nos estados da margem equatorial, que seriam os principais beneficiados com os royalties da exploração.

Nos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, 47,7% dos entrevistados defendem a exploração apenas sob condições específicas, enquanto 29,5% não impõem restrições. Os que se opõem à exploração totalizam 15,3%, e 7,6% afirmaram não ter uma posição clara. A pesquisa também revelou que a percepção de risco é uma preocupação predominante: 39,5% consideram o “risco alto”, enquanto apenas 14,9% enxergam um risco pequeno, 12,2% risco médio e apenas 5,2% não veem risco nenhum.

A decisão do Ibama de negar a licença à Petrobras para explorar petróleo na bacia da Foz do Amazonas também foi alvo de avaliação. Cerca de 34,5% concordaram com a decisão, 25,7% discordaram, e 39,9% afirmaram não ter conhecimento suficiente para opinar. Apesar dos riscos apontados, a maioria (55,6%) acredita que a exploração de petróleo na região pode gerar benefícios econômicos significativos, como a criação de empregos e geração de renda para a população local e os estados envolvidos. No entanto, 15% dos entrevistados não veem tais benefícios.

O equilíbrio entre os impactos ambientais e econômicos é um ponto de divisão: 37,3% consideram ambos igualmente importantes, enquanto 34,7% destacam o risco ambiental como fator primordial na decisão sobre a exploração. Apenas 14,7% defendem que o impacto econômico deve ser o único considerado.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, expressou otimismo em relação à obtenção da licença ambiental para explorar a Bacia da Foz do Rio Amazonas em 2024. Ele ressaltou o compromisso da empresa em atender todas as exigências ambientais e aguarda a resposta ao recurso apresentado. “Estamos com meio caminho andado para Foz do Amazonas. Já fizemos muito trabalho, atendemos todas as exigências e aguardamos resposta ao nosso recurso onde atendemos a todas as exigências”, disse o executivo a jornalistas, no último dia 13 de dezembro, ao participar de um leilão de blocos exploratórios de óleo e gás.

O Ibama, por sua vez, já negou uma autorização anterior, alegando falta de garantias de segurança ambiental. Uma nova solicitação da Petrobras está em avaliação, e a expectativa é que o órgão ambiental tome uma decisão no início de 2024. A questão da exploração de petróleo na Foz do Amazonas permanece como um tema de debate acalorado, refletindo as diversas preocupações e opiniões da população em relação aos impactos ambientais e econômicos que essa atividade pode acarretar.

(Foto: Neil Palmer-CIAT)

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