Pela primeira vez, Lula diz que não seguirá critérios de raça ou gênero para indicação ao STF

Presidente diz que tem ‘várias pessoas em mira’ e que definição será feita ‘no momento certo’. Apesar das cobranças por maior diversidade no Judiciário, Lula diz que critério atenderá ‘interesses do Brasil’

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (25), em uma coletiva de imprensa realizada no Palácio do Itamaraty, que os critérios de raça ou gênero não terão peso na decisão de escolher o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o chefe do Executivo, o nome escolhido para ocupar a cadeira da ministra Rosa Weber — que se aposentará devido à idade  — deverá “atender aos interesses do Brasil”. Isso ocorre em meio à pressão de diversos grupos que clamam pela nomeação de uma mulher negra para o cargo.

Lula enfatizou sua confiança em escolher a pessoa mais qualificada para a posição, enfatizando que esta será alguém que o Brasil realmente necessita. Ele afirmou: “O critério não será mais esse. Eu estou muito tranquilo para escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil. Uma pessoa que possa servir ao Brasil, que tenha respeito à sociedade brasileira. Uma pessoa que vote adequadamente. Não se depende dessa questão de gênero.”

“Já tenho várias pessoas na mira, não precisa perguntar essa questão de gênero ou cor, no momento certo vocês vão saber quem eu pretendo indicar”, disse o petista. Lula destacou que não tem pressa para indicar os nomes para o STF e para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele disse que espera acabar com a “disputa entre políticos e Judiciário e entre Judiciário e Executivo. Se cada um cumprir sua função no país, as coisas vão ficar muito bem”, ressaltou.

“Não adianta você ficar torcendo para que a água que deve passar embaixo da ponte passe, ela vai chegar no momento certo”, emendou. “Estou muito tranquilo, pois vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil, que possa servir ao Brasil, que tenha respeito com a sociedade brasileira. Uma pessoa que tenha respeito, mas não tenha medo da imprensa”, concluiu.

Nos bastidores, surgem indícios de que Flávio Dino é um forte candidato à vaga, embora ele próprio tenha rejeitado qualquer menção a seu nome como postulante ao STF, priorizando seus planos pós-Lula. Além de Dino, outros dois nomes cotados são Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União, e Jorge Messias, advogado-geral da União.

A decisão de Lula será aguardada com grande expectativa, uma vez que o STF desempenha um papel fundamental na condução das políticas do país e sua escolha terá um impacto substancial no futuro da mais alta corte do Brasil.

Troca na Caixa

Quanto às possíveis alterações na Caixa Econômica Federal, que fazem parte das negociações para acomodar o Centrão, o presidente Lula disse que pode mexer em todos os cargos do Executivo. Por outro lado, ele prometeu que “nada será feito a meia noite, tudo será feito de dia e com comunicado à imprensa”.

O petista também comentou sobre a cirurgia que deve se submeter no final desta semana para tratar um problema de dores crônicas no quadril. Ele disse que só tinha medo da anestesia, mas que já lhe disseram que as técnicas atuais são muito mais seguras.

Lula também destacou que espera voltar a despachar no Palácio da Alvorada e retomar a rotina normal o quanto antes. “Se depender de mim, não fico nem um dia afastado. Me interno na sexta-feira (29), faço a cirurgia, que peço a Deus que corra bem, e, se depender de mim, na segunda-feira (2) estarei lá no Planalto despachando ou no Alvorada”, ressaltou.

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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