As evidências colhidas até o momento pela Polícia Civil do Brasília no caso dos criminosos responsáveis por raptar e violentar uma criança de 12 anos mostram a possibilidade de serem descobertas mais vítimas e também outros crimes praticados.
Os autores — Daniel Moraes Bittar e Geisy de Souza — confessaram que a intenção era raptar outra criança, vizinha de Geisy, a quem estavam perseguindo desde a última segunda-feira.
Mensagens entre Geisy e a menor foram identificadas pela polícia, que também colheu depoimentos de testemunhas que afirmaram ter visto o carro de Daniel cercando a casa onde mora a outra criança.
“Todas as circunstâncias deste caso trazem a certeza da obrigatoriedade da continuidade da apuração, que é o que está sendo feito”, declarou o delegado João Guilherme Carvalho, ao mencionar que ainda há uma extensa lista de material a ser analisado: computadores, celulares, material genético colhido na residência do criminoso, entre outros. “Pelo perfil do autor e as circunstâncias que rodeiam o caso, pode, sim, haver grupos ligados a ele. Isso será trabalhado nesse momento da investigação. Há indicativos de que ele pode fazer parte de uma rede de pedofilia”, afirmou Carvalho.
Entre os objetos na casa do criminoso, a polícia encontrou um galão de gasolina. “Segundo o autor, ele viu na internet que a gasolina ajudaria a sedar a vítima na hora da abordagem”, destacou o delegado.
Nesta sexta-feira (30/6), agentes da polícia apreenderam computadores no Banco de Brasília (BRB), onde Daniel trabalhava. O celular de Geisy também está em posse da PCDF. Aprovado no concurso público realizado em 2013 pela instituição financeira, Daniel Moraes Bittar, 42 anos, entrou como analista de tecnologia da informação I e tinha uma remuneração líquida em torno de oito salários mínimos e meio em 2023.
A vítima
Um laudo provisório do exame de corpo de delito efetuado na vítima conclui que houve estupro.
A mãe da menor informou que a criança está se recuperando bem.
“Está comendo e dormiu um pouco, de quinta-feira para sexta-feira. Muita gente ofereceu apoio psicológico. Na próxima semana, a partir da segunda-feira, a gente inicia tudo isso”, disse a mãe. “Ainda não tem nenhuma previsão para depoimento dela (na polícia), por enquanto. Deve ser na próxima semana”, acrescentou. “Estou aliviada. Foi um susto muito grande, mas, graças a Deus, ela está comigo agora”, completou. (Foto: Redes sociais/Reprodução)