Nesta terça-feira (6), a bancada do PDT no Senado comunicou que continuará a dar suporte ao governo Lula (PT), mesmo após a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência. Essa decisão dos senadores contrasta com a posição da bancada pedetista na Câmara dos Deputados, onde os membros do partido declararam que adotariam uma postura independente em relação à administração do PT na presidência.
Três senadores do PDT – Weverton Rocha (MA), que lidera o grupo, Ana Paula Lobato (MA) e Leila Barros (DF) – expressaram a postura da bancada no Senado. Segundo o senador maranhense, “a escolha foi feita considerando a afinidade da bancada com o governo, tanto em relação ao projeto de desenvolvimento do Brasil quanto na maioria dos assuntos tratados no Senado.”.
“A equipe do Senado reconhece a postura da equipe na Câmara dos Deputados e, apesar de ter uma visão divergente, reafirma que o partido permanece coeso na defesa dos princípios trabalhistas”, acrescentou.
Carlos Lupi se despediu do cargo no Ministério da Previdência em meio a um cenário de intensificação das investigações relacionadas a irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social. As fraudes apuradas somam R$ 6,3 bilhões, segundo a Polícia Federal. No mês anterior, o ex-ministro declarou ter encontrado “maldade de muitos” dentro do INSS, mas assegurou que o governo federal não ficou inerte diante da situação.
Diversas instituições cometeram excessos e precisam arcar com as consequências. Os que se beneficiaram devem receber compensação. Contudo, não devemos generalizar, pois isso poderia levar à criação de um tribunal de inquisição. É possível que existam erros, mas afirmar que não houve nenhuma ação da nossa parte? Esse problema já perdura há anos e nada foi realizado”, afirmou Lupi, que não está sob investigação formal.
Wolney Queiroz, do PDT de Pernambuco, é o recém–designado ministro da Previdência. Ele ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta e já atuou como deputado federal por seis mandatos seguidos desde 1995.
A Polícia Federal descobriu indivíduos que realizavam deduções diretamente nos salários de aposentados e pensionistas, que, em contrapartida, teriam direito a benefícios como auxílio para sepultamento, atendimento odontológico e psicológico, assessoria jurídica e acesso a academias. No entanto, a investigação revelou que essa faixa populacional, alvo das fraudes, não havia consentido com tais descontos.
A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou que, em 19 municípios onde foram detectadas irregularidades no INSS, os descontos indevidos superaram os 60% entre os aposentados.
Aproximadamente 700 agentes da Polícia Federal e 80 funcionários da CGU realizaram 211 operações de busca e apreensão, além de ordens para congelar bens que totalizam mais de R$ 1 bilhão.
Além da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, a Advocacia-Geral da União, sob a liderança de Jorge Messias, trabalha para compensar aqueles que foram prejudicados pelas fraudes. (Foto: Reprodução)