Os avanços recentes no processo de cassação de Sergio Moro no TRE do Paraná alteraram as expectativas de membros do PL e do PT, que são os autores das ações
Os recentes acontecimentos no processo de cassação do senador Sergio Moro, que estão sendo julgados no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), alteraram as expectativas de membros do PL e do PT, que são os autores das ações. Inicialmente, havia preocupações sobre uma possível parcialidade do Ministério Público e do Judiciário do Paraná a favor do ex-juiz, mas após os recentes depoimentos e a manifestação contrária da promotoria, as opiniões mudaram. Agora, de acordo com o blog do Lauro Jardim, no jornal O Globo, cresce a crença na possível derrota de Moro em sua terra natal, antes mesmo que o caso chegue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As acusações são referentes ao suposto abuso de poder econômico na pré-campanha de 2022, quando Sérgio Moro ainda pretendia se candidatar à Presidência da República pelo Podemos. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), o atual senador gastou 110,77% acima da média dos investimentos realizados por 10 candidatos ao Senado pelo Paraná. O Partido Liberal (PL) e o Partido dos Trabalhadores (PT), que iniciaram as ações contra Moro, agora consideram a possibilidade de uma derrota do ex-juiz ainda na esfera estadual, antes que o caso alcance o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A mudança de visão deve-se em parte às ações do relator Luciano Carrasco Falavinha, que assumiu recentemente os casos e insistiu em ouvir Moro, desafiando a possibilidade de desistência dos partidos. Falavinha expressou preocupações sobre o alto valor cobrado pelo suplente de Moro, Luis Felipe Cunha, para atuar como advogado, uma quantia que supera até mesmo honorários de ex-ministros do Supremo.
Além disso, a mudança de percepção foi reforçada pelo apoio duplo da promotoria, com o endosso tanto de Marcelo Godoy, chefe do MP Eleitoral, quanto de Eloísa Machado. Esse suporte conjunto gerou um sentimento de otimismo. Membros do PL e do PT agora esperam que o julgamento no TRE ocorra logo após o recesso judiciário, na segunda metade de janeiro, e que até o começo do segundo semestre, todos os recursos em Brasília sejam finalizados. Essa projeção baseia-se no caso de cassação da juíza Selma Arruda em 2019, que envolveu acusações semelhantes de abuso de poder econômico enfrentadas por Moro.
(Foto: Lula Marques/Agência PT)