Governistas se manifestaram nas redes sociais e buscaram os órgãos de investigação para cobrar apuração e punição pelo suposto uso eleitoral da Caixa Econômica
Parlamentares das duas casas do Congresso Nacional cobraram punição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a revelação de que ele teria usado politicamente a Caixa Econômica Federal para tentar vencer as eleições, causando um rombo bilionário e a queima de reservas na instituição, com aval do aval de Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa. A revelação da atuação do ex-capitão foi feita pelo site UOL nesta segunda-feira (29).
O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) levou o caso para o Tribunal de Contas da União (TCU) com o pedido de realização de uma auditoria financeira no banco. “Os fatos trazidos apresentam resultados lesivos ao Erário. Estes são as consequências de um robusto processo de instrumentalização da Administração Pública voltado para a campanha eleitoral. A criação e a instrumentalização de programas sociais com o único objetivo de interferir no pleito é infração grave, pois representa abuso do poder político e econômico, pois teve o objetivo de impactar na disputa entre candidatos”, disse Kajuru.
A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) também pediu que o TCU apure os fatos e tome “medidas cabíveis para responsabilização” de Bolsonaro e do ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães. “Ainda são desconhecidos os exatos prejuízos causados pela utilização da Caixa Econômica Federal para abertura de créditos na véspera eleitoral, mas os indícios já são suficientes para concluir pela malversação dos recursos públicos e rombo causado no banco e no FGTS”, disse Luciene.
A deputada ainda pediu que a Procuradoria-Geral Eleitoral investigue o caso, aplique multa e torne o ex-chefe do Executivo inelegível, “ante os indícios de abuso de poder econômico e político e a intenção de compra de votos”.
Erika Hilton, deputada do PSol de São Paulo, por sua vez, pediu ao Ministério Público Federal a investigação do suposto uso eleitoral do banco estatal. O pedido foi apresentado ao MPF no inicio da noite desta segunda. A deputada pede que seja aberto um inquérito para apurar possíveis crimes de peculato e emprego irregular de verbas públicas. “Ambos os gestores se valeram da máquina pública com o objetivo ilícito e pessoal, buscando a aproximação com a população mais vulnerável do país por meio de políticas de empréstimo não previstas em lei”, aponta Hilton.
Repercussão
Mais governistas se manifestaram nas redes sociais pedindo punição sobre o caso do rombo bilionário na Caixa. “Que Bolsonaro usou a máquina pública a torto e a direito pra tentar ganhar a eleição, a gente já sabe. E deixou calote bilionário na Caixa com linhas de crédito e consignado do Auxílio Brasil e ainda queimou reservas do banco. Os responsáveis são Pedro Guimarães e Bolsonaro. Quem sejam punidos”, escreveu a deputada Gleisi Hoffman (PR), presidente nacional do PT. “Por muito menos, usaram contra Dilma pra sustentar um impeachment golpista”, insistiu a deputada.
Deputado mais votado de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), também repercutiu o assunto nas redes sociais. Em seus perfis o parlamentar classificou o caso como ‘gravíssimo’. “URGENTE e GRAVÍSSIMO!!! Calote BILIONÁRIO na Caixa acaba de ser descoberto! Bolsonaro tentou de tudo para levar as eleições, chegou inclusive a provocar um rombo de R$ 10,6 bilhões em um banco público”, publicou Boulos.
No mesmo sentido, o deputado federal do Rio, Lindbergh Farias (PT), destacou que a conta será paga pelos eleitores. “O ‘pacote de bondades’ era compra de votos. Sabe para quem ele deixou essa conta? VOCÊ!”, destacou o parlamentar. (Foto: Agência Brasil)
