Com bronze, Rebeca, Flávia, Jade, Julia e Lorrane entram para a história. País tinha apenas conquistas individuais
É bronze! A ginástica artística do Brasil conquistou nesta terça-feira (30) a medalha de bronze na final por equipes dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Esta é uma façanha e tanto: o país nunca havia conquistado uma medalha em uma das provas mais nobres da modalidade (além do individual geral).
Do ouro de Arthur Zanetti , nas argolas, em Londres-2012, à vitória de Rebeca Andrade, no salto, em Tóquio-2020, o país só colecionava seis pódios, todos no individual. Definitivamente, o Brasil entrou no hall das potências do esporte ao lado dos Estados Unidos, China, Rússia, Romênia e Grã-Bretanha, países que subiram ao pódio nessa prova nos últimos 20 anos.
Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva e Júlia Soares brilharam nas Olimpíadas. O Brasil iniciou a final com atletas nas barras paralelas. O melhor desempenho no aparelho foi de Rebeca Andrade, com nota 14.533 — 8.333 de execução e 6.200 de dificuldade — 0.133 a mais do que o recebido na classificatória.
Lorrane Oliveira e Flávia Saraiva foram avaliadas com 13.000 e 13.666, respectivamente. O índice de Rebeca alavancou o Brasil para a quinta colocação ao fim da primeira rotação. Os Estados Unidos puxaram a fila, com China e Itália.
O segundo desafio brasileiro foi na trave de equilíbrio. A caçula Júlia Soares, 18 anos, iniciou os trabalhos, mas sentiu a pressão ao sofrer queda que culminou em desconto. Na retomada, desequilibrou-se levemente antes e após sair com duplo mortal cravado. Chorou no banco e recebeu 12.400, 1.400 a menos do que o somado na classificatória.
À vontade, apesar de ter sofrido um corte no supercílio durante o aquecimento, Flávia Saraiva cumpriu bem a série no aparelho preferido e aumentou a avaliação em comparação com a fase anterior: 13.433. Porém, não ficou satisfeita e solicitou recurso, negado em seguida. Rebeca Andrade abaixou o índice. Classificou-se com 14.500 e recebeu 14.413 na decisão.
Os Estados Unidos foram os campeões com 171.296, seguido pela Itália (165.494). As americanas recuperaram a medalha de ouro que em Tóquio-2020 ficou com as russas. O Brasil somou 164.497. A ginástica artística feminina do Brasil registrou seu melhor desempenho em Paris-2024 no que diz respeito aos números de finais (sete). A próxima final será a do individual geral, com Rebeca e Flávia no dia 1.º de agosto. As finais por aparelho começarão no dia 3.
(Foto: Gaspar Nóbrega/COB)