Paraguai convoca embaixador brasileiro por suposta espionagem

Na terça-feira (1), o governo paraguaio chamou o embaixador do Brasil em Assunção, José Antônio Marcondes, para discutir e esclarecer uma alegada operação de inteligência realizada pelo Brasil, que supostamente teria como alvo autoridades paraguaias que participam das negociações relacionadas à hidrelétrica de Itaipu, que é compartilhada entre os dois países.

A notícia foi compartilhada pelo ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, durante uma coletiva de imprensa. De acordo com Lezcano, “solicitamos a presença do embaixador brasileiro no Paraguai para que forneça esclarecimentos completos acerca da operação de inteligência realizada pelo Brasil, por meio da entrega de um documento oficial que justifique as atividades realizadas pelo governo brasileiro dentro desse contexto“.

Ademais, o governo do Paraguai optou por interromper as discussões sobre o Anexo C do Tratado de Itaipu até que o Brasil ofereça respostas adequadas sobre o ocorrido. Essa temática se refere às condições financeiras e à prestação de serviços elétricos da usina, sendo essencial para estabelecer as tarifas de energia entre as nações envolvidas.

Histórico

A acusação de uma possível atividade de espionagem foi primeiramente divulgada pelo site UOL, que informou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria realizado uma ação de invasão cibernética contra representantes do Paraguai, com o objetivo de acessar dados secretos ligados às discussões sobre tarifas da usina de Itaipu.

Em sua defesa, a administração brasileira repudiou qualquer participação do governo atual em atividades de vigilância contra o Paraguai. O Ministério das Relações Exteriores declarou que “a operação mencionada foi aprovada pela administração anterior, em junho de 2022, e cancelada pelo diretor interino da Abin em 27 de março de 2023, assim que a gestão atual teve ciência do ocorrido“.(Foto: Itaipu Binacional; Reprodução)

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