Francisco falou o termo homofóbico durante reunião a portas fechadas com bispos para reforçar que homens gays não podem se tornar padres
O papa Francisco disse em uma reunião a portas fechadas com bispos italianos que os seminários já estão “cheios de viadagem”, e que homens gays não podem ter permissão para se tornar padres, de acordo com reportagens da imprensa italiana publicadas na noite desta segunda-feira (27). A declaração ocorreu em 20 de maio. Os dois principais jornais do país, o La Repubblica e o Corriere della Sera disseram que o pontífice utilizou a palavra “frociaggine”, termo pejorativo que pode ser traduzido como “bicha” ou “viadagem”.
A conversa entre membros da Conferência Episcopal Italiana, entidade equivalente à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), discutia a admissão de pessoas abertamente homossexuais nos seminários. O Vaticano ainda não se pronunciou sobre o caso. . O boato sobre a fala de Francisco já estava circulando no país desde a última semana e revelado pelo portal Dagospia, mas ainda não tinha sido confirmado.
De acordo com bispos ouvidos pelo jornal local Corriere Della Serra, a declaração foi recebida com “risadas de incredulidade”. Os bispos argumentaram ainda que a situação se tratou de uma “gafe”. Segundo eles, o Papa não saberia que o termo era tão pejorativo pois o italiano não é sua língua materna.
De todo modo, a fala do Papa mostra ainda uma rejeição à aceitação de homossexuais que queiram ser sacerdotes. Em declaração, Francisco já havia afirmado que um homossexual poderia ser admitido caso mostrasse que fez uma “escolha séria” pela castidade. Atualmente, a orientação do Vaticano, que vale desde 2005, é de não não fossem admitidos “aqueles que praticam a homossexualidade”, pois estes teriam supostamente “tendências profundamente enraizadas ou apoiam a chamada cultura gay”.
Para ser admitido, portanto, a pessoa que deseja ser sacerdote deveria mostrar que “superou as tendências homossexuais” há pelo menos três anos. Em resumo, a igreja afirma aceitar gays ao passo em que ainda segue pela condenação da prática de relações homoafetivas.
(Foto: Vatican Media)