Ministro das Relações Institucionais atribui críticas à ministra da Saúde a machismo, e diz que ela trouxe a Ciência de volta para a gestão da pasta
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, permanecerá no cargo e que sua presença à frente da pasta é um “luxo para o Brasil”. Padilha saiu em defesa de Nísia em entrevista à rádio CBN na tarde desta terça-feira, enquanto ela e auxiliares no ministério se reúnem com Lula no Palácio da Alvorada. Na segunda-feira, a ministra se emocionou e admitiu ser alvo de intensa pressão política durante a reunião geral dos ministros convocada por Lula.
O Planalto negou que a segunda reunião da titular da Saúde com o presidente em dois dias tenha sido convocada às pressas depois do desabafo. A informação era de que se tratava de um encontro agendado anteriormente, para tratar de temas concernentes à pasta.
Padilha atribuiu a machismo e misoginia parte das críticas feitas por políticos do Centrão e mesmo do PT à gestão de Nísia Trindade na Saúde. Ele contou que ela mesma fez referência a esses aspectos no desabafo que proferiu na reunião ministerial, ao dizer que não vai atender aos apelos para “falar grosso”, porque não é homem, e sim uma mulher que fala fino, mas com propriedade.
Padilha evitou falar sobre o estremecimento de sua relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira. Segundo ele, está sempre disposto ao diálogo e o governo jamais fechou as portas para negociar com o comando da Câmara. Ele enunciou os temas que serão a prioridade do governo no Congresso neste ano: os projetos de equilíbrio orçamentário apresentados pelo ministro Fernando Haddad e a regulamentação da reforma tributária.
A respeito da queda de avaliação de Lula, um dos motivos da reunião de segunda-feira, Padilha disse que o desafio da comunicação de governos não é só do Brasil, mas um fenômeno global, que diz respeito, inclusive, às pressões sobre a democracia. Na sua opinião, à medida que o governo apresentar entregas de projetos e obras, a avaliação do governo e do presidente tende a melhorar. (Foto: O Globo)