Pacheco vai pedir ao STF lista de parlamentares monitorados ilegalmente pela Abin

Agência espionou autoridades durante a gestão do ex-diretor-geral Alexandre Ramagem

 

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a lista de parlamentares monitorados ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão do ex-diretor-geral Alexandre Ramagem, que chefiou o órgão no governo Bolsonaro. “Encaminharei ao Supremo Tribunal Federal ofício solicitando os possíveis nomes de parlamentares clandestinamente monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência, dada a gravidade que um fato dessa natureza representa”, afirmou Pacheco, em uma curta nota divulgada à imprensa. A manifestação do senador vem depois de diferentes desdobramentos políticos envolvendo o órgão.

Na última quinta (25), por exemplo, o Grupo Prerrogativas, coletivo que reúne juristas e outros atores do campo progressista, protocolou uma petição no STF solicitando que a Corte divulgue a lista com o nome das pessoas que foram monitoradas ilegalmente pela “Abin paralela”. O coletivo argumentou que o rol possibilitaria a busca por uma reparação de danos. De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), o esquema de espionagem ilegal na agência teria atingido parlamentares federais – incluindo o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia –, ministros do STF, jornalistas, advogados, policiais e outros personagens.

A ação teria sido feita por meio do uso de um software israelense chamado “First Mile”, desenvolvido pela empresa Cognyte (ex-Verint), que permite o monitoramento de até 10 mil celulares em um período de 12 meses. A tecnologia foi adquirida pelo Estado brasileiro no final do governo Temer, em 2018. Segundo a Abin, sua utilização no órgão foi encerrada em maio de 2021. Durante o tempo de uso, o software foi demandado mais de 30 mil vezes.

As apurações da PF levaram a uma série de operações de busca e apreensão, entre elas as que atingiram o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que presidiu a Abin na época do uso da ferramenta, e a desta segunda-feira (29), de que foi alvo o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com este último foi apreendido um computador pertencente à Abin. Conforme a PF, o esquema de espionagem ilegal na agência teria atingido parlamentares federais – incluindo o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia –, ministros do STF, jornalistas, advogados, policiais e outros personagens.

(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

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