Organizador da Marcha para Jesus é alvo de representação por racismo religioso

O ex-deputado Átila Nunes (PSD-RJ) acionou o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra o organizador da  Marcha para Jesus, o apóstolo Estevam Hernandes.

Nunes fez uma representação por crime contra o sentimento religioso após fala de Hernandes  durante o evento da última quinta-feira (8).

Na 31ª edição da Marcha para Jesus, nesta semana, o líder religioso perguntou aos manifestantes de eles preferiam um Brasil “macumbeiro ou evangélico”.

“Nos próximos anos, o Brasil será o maior país macumbeiro do mundo ou maior país mais evangélico do mundo?”, questionou o apóstolo às mais de duas milhões de pessoas que participavam do evento.

Depois da fala, Nunes entrou com uma representação no MP, nessa sexta-feira (9). Segundo o ex-deputado e o advogado, casos como esse ferem a liberdade religiosa no Brasil, que é garantida pela Constituição, e ultrapassam a liberdade de expressão.

“O abuso no exercício da liberdade de expressão não pode ser tolerado. Assim, a incitação ao ódio público não está protegida nem amparada pela cláusula constitucional que assegura liberdade de expressão”, afirmou no documento, segundo o jornal O Globo .

Nunes ainda afirmou que a atitude de Hernandes ojeriza na comunidade espírita e entre adeptos das religiões africanas.

 

Cultos religiosos

“É de conhecimento geral que o Brasil é formado por uma grande população de origem africana que, muitas vezes esconde ou nega suas origens religiosas por receio de sofrer discriminação e até mesmo segregação social. Isso se justifica em razão de que, na maioria das vezes, religiões neopentecostais enraízam em seus seguidores que as religiões os cultos africanos são diabólicos e que todos aqueles que os seguem devem ser banidos de um convívio social saudável e de ‘bem'”.

Átila Nunes disse que o comportamento do apóstolo é “inadmissível” e pediu a instauração da ação para investigar eventual responsabilidade criminal cometida pelo líder religioso.

Na representação, ele também pediu que Hernandes faça um retratação pública, além da aplicação de eventuais penalidades.

O advogado sugeriu o pagamento de R$ 50 mil em danos morais revertidos em projeto social voltado para prevenir o preconceito religioso.  (Foto: Reprodução/Internet)

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