A operação da Polícia Federal (PF) que descobriu o golpe contra o jogador peruano Paolo Guerrero, ex-Inter, Corinthians e Flamengo, investiga se mais jogadores de futebol profissional foram vítimas de quadrilha que desvia do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Guerrero teve R$ 2,3 milhões sacados de forma fraudulenta do seu FGTS. Ele saiu do Inter no final de 2021 e quando foi sacar o saldo da rescisão do contrato descobriu que seis dias antes uma pessoa tinha se passado por agente do jogador e, com documentos falsos, retirou todo o dinheiro.
O golpista transferiu a quantia para uma conta falsa do jogador em um banco privado e depois para outras duas contas. Por ordem judicial, a polícia conseguiu bloquear parte do dinheiro. Depois, a Caixa Econômica Federal, que administra contas do FGTS, deve ressarcir o jogador.
Na terça-feira (28), a PF deflagrou a operação e cumpriu seis mandados de busca e apreensão na Região Metropolitana de São Paulo. A quadrilha age há cerca de 10 anos.
Dois suspeitos de aplicar o golpe chegaram a ser investigados em 2015 e 2017. Segundo a PF, os golpistas da quadrilha já tinham sido empresários ou agentes de jogadores de futebol e, por isso, tinham conhecimento de como poderiam representar eles.
De acordo com a Polícia Federal, não houve participação de funcionários da Caixa Econômica Federal e o golpe aconteceu por ninguém ter checado a documentação que estava com o falso agente.
Os golpistas vão responder pelos crimes de estelionato, falsificação de documento público, uso de documento falso e associação criminosa, na medida de sua culpabilidade, cujas penas podem chegar a 20 anos de prisão.
Segundo a PF, com base na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), atualmente cerca de 27 mil jogadores estão registrados com carteira assinada no Brasil. Destes, 97% ganham até R$ 1,5 mil e recolhem 8% de FGTS. Os outros 3% são altos salários, que recolhem altos valores de FGTS.
A Caixa afirmou, por meio de nota, que aperfeiçoa constantemente os critérios de segurança, observa as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao observar a ocorrência de fraudes, além de possuir estratégia, políticas e procedimentos de segurança para a proteção dos dados e operações de seus clientes dispondo de tecnologias e equipes especializadas para garantir segurança aos seus processos e canais de atendimento. (Foto: Ricardo Duarte/Inter)