Operação da PF mira servidores públicos e grande empresa paraense

PF deflagrou a operação Plenitude em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) e a Receita Federal. Crimes teriam envolvido licitações do Sistema Único de Saúde (SUS) e repasses de valores indevidos a servidores de seis prefeituras do Pará. Edifício de luxo onde residem os executivos da empresa Terraplena foi um dos endereços alvos dos mandatos de busca e apreensão na operação

 

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (30) uma operação significativa chamada “Plenitude”, focando em uma ampla investigação sobre corrupção na administração pública, contra o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e de lavagem de dinheiro que pode totalizar até R$ 1,7 bilhão em valores indevidamente movimentados.

Mais de 150 policiais federais cumprem 49 mandados de busca e apreensão, em 33 endereços. Ao todo, 42 pessoas são investigadas, no Pará e em São Paulo. De acordo com a PF, as apurações identificaram a ocorrência de indícios de crimes relacionados a licitações, envolvendo recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e repasses de valores indevidos para servidores públicos de diversas prefeituras do Pará.

Também há indícios de lavagem de capitais, com uso de empresas de fachada e por meio da atuação de “laranjas”, além de possível evasão de divisas por meio de uma offshore localizada em paraíso fiscal. A Polícia Federal detalhou que a principal empresa envolvida na investigação atua no Pará, com prestação de serviços nas áreas de construção e manutenção de estradas e vias urbanas e coleta de lixo para entes públicos há décadas.

Ao que tudo indica, trata-se da empresa Terraplena, muito popular entre os municípios paraenses e única no Estado com o perfil descrito pela nota divulgada pelos órgãos envolvidos na Operação Plenitude. A reportagem do Opinião em Pauta apurou que alguns dos mandatos de busca e apreensão foram realizados no residencial de luxo Edifício Premium, no bairro do Umarizal, em Belém, onde residem os executivos da empresa Terraplena.

Além disso, ela é considerada um dos maiores credores de entes públicos no estado e teria promovido movimentações atípicas, da ordem de R$ 1,7 bilhão, de 2017 a 2022. Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais, sonegação fiscal e crimes contra a administração pública.

 

Agente da PF em endereço alvo da operação (Foto: PF)

 

Segundo os agentes envolvidos na ação desta terça, os recursos públicos envolvidos incluem altos valores que deveriam ser destinados às áreas da saúde, saneamento e limpeza urbana. A operação ‘Plenitude’ ocorre junto com a Controladoria Geral da União (CGU) e a Receita Federal. De acordo com os agentes, os crimes teriam sido praticados por pessoas físicas, que usaram pessoas jurídicas, ligadas ao ramo empresarial de saneamento urbano atuante no Pará e em outras unidades da federação.

 

Confira os alvos das ações:

 

  • são 33 mandados em Belém;
  • cinco em Benevides, na Região Metropolitana;
  • cinco em Santa Maria do Pará, no nordeste do estado;
  • três em Parauapebas, no sudeste do estado;
  • um em Ananindeua, na Região Metropolitana;
  • um em São Miguel do Guamá, no nordeste do estado
  • e um em Barueri, em São Paulo.

 

(Foto: Divulgação/PF)

 

 

 

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