Operação contra violência a grupos vulneráveis no Marajó prende 6 pessoas

Força-tarefa investiga 81 denúncias e registrou 16 boletins de ocorrência relacionadas a estupro e violência doméstica

 

A Polícia Civil do Pará prendeu seis pessoas e instaurou 34 procedimentos em ações de prevenção e combate de violências contra mulheres, crianças e adolescentes no Arquipélago do Marajó. A ação é coordenada pela Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAV), com apoio da Diretoria de Polícia do Interior (DPI). Chamada de “Operação Sentinela Marajó”, a força-tarefa apurou ao todo 81 denúncias e registrou 16 boletins de ocorrência, além de realizarem palestras e reuniões com servidores da rede de proteção que atuam no Marajó.

Desde 25 de fevereiro, equipes com delegados, escrivão e investigadores atuaram na apuração de denúncias e em procedimentos que investigam crimes de estupro e violência doméstica. A primeira etapa da operação Sentinela Marajó foi encerrada no último domingo (3). Segundo a Polícia Civil, na primeira fase da operação foram ofertados atendimentos à população, com lavratura de boletins de ocorrência, instauração de procedimentos policiais para apurar violência doméstica ou sexual contra crianças, adolescentes e mulheres, apuração de denúncias feitas por ligações telefônicas, além de reuniões e palestras com integrantes da rede de proteção local.

“Estamos avançando na apuração de crimes e violações de direitos contra mulheres, crianças e adolescentes. Além de promover reforço operacional nas unidades, também já ofertamos capacitação para nivelamento no atendimento humanizado realizado por policiais civis e servidores nas delegacias, e orientações para profissionais que atuam na rede de proteção, educação e saúde. O projeto faz parte do calendário de ações da Polícia Civil e representa um esforço significativo para fortalecer a segurança e proteção dos grupos vulneráveis nos municípios do Marajó”, ressaltou o delegado-geral Walter Resende.

Para a delegada Ariane Melo Rodrigues, diretora da Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis, a atuação contou com uma série de estratégias integradas, com foco não apenas na repressão aos crimes, mas também na promoção da segurança pública e proteção dos direitos humanos.

“Essa operação é mais uma ação, dentro de um plano macro da Polícia Civil no enfrentamento da violência contra mulheres, crianças e adolescentes. Agindo de forma preventiva e repressiva, somando esforços às equipes locais no cumprimento de procedimentos próprios da polícia investigativa, além de buscar indícios de possíveis casos subnotificados”, cita a delegada.

Em 16 fevereiro, as redes sociais foram tomadas por debates sobre as violências vividas pela população marajoara após uma apresentação da cantora Aymeê Rocha no programa Dom Reality. Na canção autoral Evangelho de Fariseus, a artista denunciou tráfico de órgãos e abuso infantil na localidade. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) chegou a emitir uma nota afirmando que a realidade de exploração sexual é um problema histórico na região, mas a associação do povo marajoara, em especial crianças e adolescentes, ao contexto de violência estigmatiza e expõe a população ao agravamento de riscos sociais.

Segundo o ministério, as ações do programa Cidadania Marajó contam com apoio das forças de segurança federais, a exemplo da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Ministério da Defesa e da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, no sentido de desarticular redes de exploração, abuso e violência sexual.

(Foto: Divulgação/PC)

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