Operação abafa: Bolsonaro mobilizou governo para que o caso das joias não fosse revelado no período eleitoral

Como prioridade era vencer a eleição contra Lula desconsiderando qualquer princípio moral e ético, durante a campanha de 22, o ex-presidente Jair Bolsonaro mobilizou seu entorno para que o caso das joias da Arábia Saudita jamais chegasse ao conhecimento público.

E obteve sucesso.

O episódio escapou dos olhares da imprensa.

Para que isso obtivesse êxito, Bolsonaro exerceu pesada pressão sobre diversas áreas da administração, impedindo que as joias dadas pela monarquia ditatorial saudita viessem à tona durante as eleições.

Informação é do jornal O Estado de São Paulo em reportagem assinada pelas repórteres Adriana Fernandes e André Borges.

A missão da blitzen em áreas da Receita Federal “era evitar desgastes ao desempenho eleitoral em meio à campanha pela reeleição do então ocupante do Palácio do Planalto”, diz o jornal.

“As joias foram apreendidas no dia 26 de outubro de 2021, um ano antes das eleições. O histórico dos atos e relatos do escândalo que o Estadão tem revelado desde o dia 3 de março mostra que houve, pela cúpula do governo, uma série de medidas para, ao mesmo tempo em que tentava liberar as joias, evitar o vazamento de qualquer informação”, diz o texto da matéria.

Nas semanas seguintes à apreensão das joias destinadas à então primeira-dama, avaliadas em R$ 16,5 milhões,  o Planalto mobilizou os ministérios de Minas e Energia, Economia  e Relações Exteriores,  além de militares e a cúpula da Receita Federal, visando a liberação dos objetos da forma mais discreta possível.

A estratégia para liberar os itens e abafar o escândalo também envolveu um segundo pacote de joias masculinas destinado a Jair Bolsonaro que acabou entrando ilegalmente no país.  (Ilustração R7)

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