Um anúncio no telhado da Capela Sistina informa os católicos de todo o mundo sobre a chegada de um novo líder da Igreja.
Ao longo dos séculos, os líderes pela Igreja Católica Romana foram selecionados no Vaticano em encontros reservados chamados conclaves.
As eleições são realizadas em ambiente reservado, mantendo um sigilo estrito. A Capela Sistina, local da votação, passa por uma inspeção minuciosa para detectar a presença de câmeras ou microfones ocultos, e os cardeais são impedidos de discutir os processos com pessoas externas ao grupo. Caso contrário, podem enfrentar a excomunhão.
A entrada na Capela Sistina é restrita, mas tanto os fiéis quanto os repórteres ficam informados sobre o resultado através da cor da fumaça que surge do telhado do Vaticano.
As notas são incineradas após as eleições, uma vez pela manhã e outra à tarde.
Se um papa ainda não for eleito, os papéis são incinerados juntamente com uma substância química que produz fumaça preta.
Se, por outro lado, a fumaça que emergir do telhado for branca, isso indicará que os católicos ao redor do mundo terão um novo líder da Igreja.
A ocasião é sempre marcada por celebrações intensas para as milhares de pessoas devotas que aguardam o ritual no Vaticano.
Costuma-se dizer que, aproximadamente de 30 a 60 minutos depois da emissão da fumaça branca, o novo papa se revelará na varanda que dá para a Praça de São Pedro.
O recém-eleito pontífice fará uma breve fala e conduzirá uma oração. Alguns dias após a sua eleição, ele toma posse oficialmente de suas funções.
Mas afinal, como a fumaça é feita?
O Vaticano divulgou a explicação científica dos sinais de fumaça que comunicam ao público a escolha de um novo papa, conformenoticiado pela Reuters em 2013.
Durante o conclave de 2005, que resultou na escolha do Papa Bento XVI, a fumaça frequentemente exibia diferentes tonalidades de cinza, gerando confusão entre os presentes.
Porém, durante o conclave de 2013, que resultou na escolha de Jorge Bergoglio como papa Francisco, as duas fumaças emitidas foram pretas, evidenciando que os cardeais reunidos na Capela Sistina não conseguiram escolher um novo líder da Igreja.
O Vaticano informou que a fumaça escura foi gerada por uma combinação de perclorato de potássio, enxofre e antraceno, que é um elemento presente no alcatrão de hulha.
A fumaça branca que, em algum momento, sinalizará ao mundo a escolha de um novo papa será gerada por uma combinação de clorato de potássio, lactose e uma resina de pinheiro, reconhecida também como piche grego.
Segundo informações da Reuters, referindo-se ao Vaticano, existem dois fornos na Capela Sistina, especificamente na área onde os cardeais realizam suas votações, e ambos estão conectados a uma única chaminé de cobre que se estende até o teto.
O primeiro forno, confeccionado em ferro fundido e utilizado em todos os conclaves desde 1939, serve para incinerar as notas de votação dos cardeais.
O segundo fogão possui funcionamento eletrônico, contando com um interruptor, um botão vermelho responsável pela ativação e sete luzes menores que sinalizam a temperatura. As cargas são ativadas eletronicamente dentro do equipamento, liberando fumaça branca ou preta por aproximadamente sete minutos.
Para otimizar a emissão, a chaminé é aquecida previamente por meio de eletricidade e conta com um ventilador que auxilia na elevação da fumaça.
Em 2005, durante o conclave, o Vaticano anunciou que o majestoso sino da Basílica de São Pedro deveria ser acionado simultaneamente à liberação da fumaça branca, a fim de certificar à multidão presente que um novo papa havia sido escolhido.
No entanto, o indivíduo no topo da Basílica de São Pedro hesitou em soar o sino por aproximadamente 15 minutos, uma vez que não havia recebido a autorização direta de seu superior.
Uma obra a respeito do Vaticano mencionou que recebeu uma instrução de um guarda suíço e sentia receio de que pudesse tratar-se de uma informação não verídica. (Foto: Peter Macdiarmid/Getty Images)
Com dados da Reuters.