Novo juiz da Lava-Jato manda prender novamente o ex-doleiro Alberto Youssef

Novo rosto da operação Lava-Jato em Curitiba, o juiz Eduardo Fernando Appio determinou a prisão de Alberto Youssef.

O ex-doleiro foi peça chave no início da operação em 2014.

Segundo a revista Veja, Youssef foi preso numa ação da Polícia Federal na cidade de Itapoá, litoral de Santa Catarina, após a Polícia Federal tentar cumprir o mandado de prisão em um endereço residencial fornecido por ele à Justiça, mas que era um barracão abandonado.

Além de afirmar em sua decisão de que o ex-doleiro levava uma vida “privilegiada” e não atualizou suas informações de endereço à Justiça Federal, o magistrado afirma que Alberto Youssef não devolveu todos os valores de que se beneficiou ilicitamente,

“O relatório fiscal para fins penais da Receita Federal deixa evidenciado que o acusado não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados e que suas condições atuais de vida são totalmente incompatíveis com a situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros”, sentencia Appio.

“O simples fato de que possui diversos endereços e de que estaria morando na praia já evidencia uma situação muito privilegiada e que resulta incompatível com todas as condenações já proferidas em matéria criminal”, conclui.

Durante a Lava Jato, Youssef foi preso em março de 2014 em uma operação da Polícia Federal brasileira, acusado de lavagem de dinheiro. Ele era um dos principais operadores de um esquema de corrupção que envolvia a Petrobrás.

Youssef  e Sérgio Moro

A delação premiada de Youssef realizada em 2014 e 2015 foi justificada por Sérgio Moro, então juiz da operação,  pela importância que teve para a obtenção de provas que culminaram em dezenas de indiciamentos e prisões de importantes figuras, possibilitando a comprovação de desvios bilionários.

Fala-se que a Lava Jato apurou pagamentos de propinas de valores acima dos 10 bilhões de reais, valor expressivo mas que, pasmem, representa apenas 1,7% dos valores desviados dos cofres públicos nos episódios do Banestado e da operação Zelotes.

Há ainda outras ações que, na hipótese de ocorrer a condenação, poderiam resultar em 121 anos e 11 meses de prisão.
Sérgio Moro, em tempo recorde,  anunciou outubro em 2016 que pela contribuição que a delação de Youssef trouxe para a operação Lava Jato, sua pena foi fixada em três anos, dois quais dois anos e oito meses já cumpridos.
A partir de novembro do mesmo ano Youssef  deixou o regime fechado e vai passar os meses restantes em prisão domiciliar.
Trocando em miúdos, Sérgio Moro reduziu em 129 anos a pena do ex-doleiro, que voltou hoje à prisão. (Foto reprodução rede social)

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