A comunidade avá-guarani da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, situada entre Guaíra e Terra Roxa, no oeste paranaense, enfrentou ataques na noite da última sexta-feira (3). Quatro membros da etnia ficaram machucados e tiveram que ser levados ao hospital Bom Jesus, que se encontra a aproximadamente 100 quilômetros do local.
A Polícia Federal declarou oficialmente que um crime foi cometido e ressaltou que as forças de segurança, tanto federais quanto estaduais e municipais, estavam presentes na área para prevenir novos episódios de violência. “Por volta das 21h, houve disparos direcionados à comunidade indígena situada nas proximidades do bairro Eletrosul,” comunicou.
Conforme a declaração, as apurações para identificar os responsáveis e a autoria dos atos ilícitos começaram na sexta-feira, e na manhã de sábado (4), especialistas da polícia federal realizaram a coleta de evidências no local.
Em meio aos ataques, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) divulgou um apelo urgente, requisitando que as autoridades tomassem as providências necessárias e punissem os responsáveis pelos crimes. O comunicado também mencionava as mensagens recebidas das lideranças avá-guarani, que afirmavam: “estamos cercados neste momento” e “disparos estão acontecendo de todos os lados”, conforme relatado.
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) repudiou os atos de violência que têm se repetido na área desde o final de dezembro de 2024.
“O MPI monitora a situação junto aos povos indígenas através do seu Departamento de Mediação e Resolução de Conflitos Fundiários Indígenas e mantém um diálogo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para que seja realizada uma investigação imediata sobre os grupos armados que operam na área”, foi comunicado.
De acordo com relatos do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a partir de 29 de dezembro de 2024, a região tem sido palco de atos de violência, incluindo um indígena ferido por disparo no braço em 31 de dezembro e uma indígena que sofreu queimaduras no pescoço em 30 de dezembro. (Foto: Apib/Divulgação)
