Ao falecer aos 88 anos, o papa Francisco, deixa um legado significativo ao buscar reformar a Igreja Católica e fortalecer seus laços com os pobres e as comunidades marginalizadas. Sua eleição, que aconteceu em março de 2013, foi uma surpresa, pois o então arcebispo de Buenos Aires não estava entre os principais candidatos no conclave que se seguiu à histórica renúncia de Bento 16.
O destaque principal era Angelo Scola, um bispo milanês da Itália, que gozava de considerável respaldo entre os cardeais de sua nação. Reconhecido como teólogo e vinculado ao movimento Comunhão e Libertação, Scola, na época com 71 anos, era percebido como uma alternativa que garantiria a continuidade das filosofias conservadoras de Bento 16. Sua candidatura era vista como a mais apropriada, em função de sua relevância na Igreja e de sua conexão com o Vaticano.
Naquele período, a mídia noticiou que ele teria conquistado o segundo lugar na competição, uma informação cuja veracidade não pode ser confirmada de maneira independente, uma vez que os votos em papel são incinerados após cada eleição, e não há um anúncio oficial dos resultados.
Além de Scola, havia outros candidatos mencionados como possíveis herdeiros de Bento 16. O cardeal brasileiro Odilo Scherer, que é arcebispo de São Paulo, era visto como uma liderança moderada, tendo robusto apoio tanto na América quanto no Vaticano. Sua nomeação simbolizava a intenção de dar voz à Igreja em uma área que se tornava cada vez mais significativa, devido ao elevado número de católicos na América Latina.
Os cardeais Marc Ouellet, ex-diretor da Congregação para os Bispos, e Timothy Dolan, arcebispo de Nova York, estavam entre os postulantes mais cotados. Ouellet, que possui uma sólida experiência administrativa, recebia apoio de diversas partes do globo, notadamente na América do Norte, enquanto Dolan se destacava como um líder carismático, amplamente admirado nos Estados Unidos.
Embora pertençam a correntes mais clássicas, ambos contavam com um sólido suporte dentro da Igreja. Ouellet emanava uma perspectiva pastoral, enquanto Dolan se sobressaía por suas habilidades de comunicação e liderança. Anos mais tarde, Ouellet deixaria o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos no Vaticano, após ser acusado de assédio sexual, o que ele refutou.
Entretanto, conforme os testemunhos do período, a divisão dos votos entre os cardeais e a ausência de um entendimento claro entre os grupos mais conservadores permitiram que Jorge Mario Bergoglio emergisse. O cardeal argentino, que antes era visto como uma opção improvável, começou a ser considerado uma alternativa que unia os votos daqueles que estavam descontentes com as opções convencionais. (Foto: Vaticano)