Pelo demonstrado na Câmara Federal, as minorias continuam sem espaço para protagonismo.
Pelo menos é o que se deduz sobre a composição do Grupo de Trabalho que irá discutir a Reforma Tributária.
Não existe nenhuma representante do gênero feminino na equipe legislativa – embora as mulheres representem mais da metade da população e estejam entre os segmentos mais vulneráveis da economia brasileira,
Não somente as mulheres.
Negros também estão alijados do processo.
Só poderão entrar diretamente no debate quando a proposta chegar ao plenário.
Pelos próximos 90 dias, 12 deputados vão se concentrar nas discussões da reforma tributária para, em seguida, levar uma proposta ao plenário da Câmara.
A reformulação do sistema tributário brasileiro é considerada prioritária tanto pelo governo quanto pelos principais líderes do Congresso.
Caberá ao grupo de trabalho (GT) realizar audiências públicas, ouvir especialistas e autoridades no tema para formatar o texto que será analisado pelos 513 deputados.
Não há nenhuma mulher e nenhum negro entre os 12 integrantes indicados pelos partidos para compor o colegiado.
Apenas três dos membros se autodeclararam pardos à Justiça eleitoral: Adail Filho (Republicanos-AM), Sidney Leite (PSD-AM) e Mauro Benevides Filho (PDT-CE).
Também participam do grupo: Reginaldo Lopes (PT-MG), que coordenará o grupo; Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), o relator, e mais Saullo Vianna (União-AM), Glaustin da Fokus (PSC-GO), Newton Cardoso Junior (MDB-MG), Ivan Valente (Psol-SP), Jonas Donizette (PSB-SP), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) e Vitor Lippi (PSDB-SP).
Todos brancos, conforme autodeclaração entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). (Foto ilustração/ Marcello Casal Jr/Agência Brasil)