‘Navio da Vergonha’ ainda navega com encomenda explosiva de Israel

 

Henrique Acker (correspondente internacional) – Em função da denúncia da Anistia Internacional, o navio cargueiro MV Kathrin não conseguiu atracar em Montenegro e na Eslovênia, por falta de autorização dos governos destes países, que seriam os destinos de suas cargas.

A embarcação transporta sessenta contêineres com TNT e oito com o explosivo RDX, conhecido como Hexogeno, de elevado poder de destruição, encomendado pelo governo de Israel.

O navio transporta a carga sob bandeira portuguesa, por ser registrado na Ilha da Madeira, mas pertence a um armador alemão. Em função das denúncias sobre sua carga, a embarcação também teve negada a atracação em portos da Namíbia, Angola, Croácia e Malta.

No entanto, apesar dos apelos da Anistia Internacional-Portugal, da relatora especial das Nações Unidas para a Palestina, Francesca Albanese, e de partidos de esquerda (Bloco de Esquerda e PCP), a bandeira portuguesa continua tremulando no MV Kathrin.

 

Punição a países que descumprem Convenção sobre Genocídio

A Anistia Internacional advertiu ao governo português que “ao abrigo do número 3 do artigo 6.º do Tratado de Comércio de Armas, do qual Portugal é signatário, todos os Estados-partes estão impedidos de transferirem armas para uma parte num conflito armado, sempre que exista um risco claro de que tal contribua para a prática de crimes de guerra ou outras violações graves do direito internacional.”

Segundo Francesca Albanese, “Após reconhecer a plausibilidade do genocídio em Gaza, em janeiro de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça deixou claro que todos os Estados têm a obrigação de ‘respeitar e fazer respeitar’ a Convenção sobre o Genocídio ‘em todas as circunstâncias’, e que os Estados têm ‘obrigações internacionais relativas à transferência de armas para as partes num conflito armado”.

De acordo com fontes do governo português, o armador já solicitou a troca da bandeira do cargueiro, mas até a data da publicação desta matéria o processo ainda estava em curso. O navio partiu do Vietnã no final de julho, carregando a carga de explosivos encomendada pelo governo de Israel. (Foto: Cargueiro Kathrin. Fotografia de Bernd U/Shipspotting)

 

Por Henrique Acker (correspondente internacional)

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Fontes:

Amnistia Internacional 

Wikipedia – RDX

UOL – Coluna Histórias do Mar

Observador 

Sic Notícias

Expresso

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