Nesta quinta-feira, 13, a Nasa, a agência espacial norte–americana, revelou que o nível do mar global apresentou um aumento “inesperado” em 2024. Segundo a agência, a elevação registrada foi de 0,59 centímetro, superando a estimativa anterior de 0,43 centímetro. O estudo também destacou mudanças nos padrões dos fatores que afetam o aumento do nível dos oceanos.
“Segundo as informações obtidas em 2024, houve um crescimento maior do que os nossos modelos antecipavam”, declarou Josh Willis, um especialista em níveis do mar do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa. “Apesar das flutuações anuais que ocorrem naturalmente, é claro que a tendência é evidente: os oceanos estão se elevando e a rapidez desse fenômeno está aumentando continuamente.”
Normalmente, a maior parte do crescimento do nível do mar, cerca de dois terços, é relacionada ao aumento do volume de água decorrente do derretimento das geleiras. O restante, equivalente a um terço, se deve à expansão térmica dos oceanos, que ocorre quando a temperatura eleva e faz com que um material (seja sólido, líquido ou gasoso) se expanda. No entanto, essa tendência mudou no ano anterior, com dois terços do aumento no nível do mar sendo gerados pela expansão térmica das águas oceânicas.
Nadya Vinogradova Shiffer, que lidera os programas de oceanografia e o Observatório Integrado do Sistema Terrestre da NASA em Washington, declarou que “2024 marcou o ano com as temperaturas do ar mais altas já registradas, e os oceanos do mundo reagiram de forma direta a essa situação, atingindo os níveis mais altos em trinta anos de acompanhamento”.
Em 2024, a Organização das Nações Unidas (ONU) destacou que a elevação do nível do mar é uma preocupação maior na região sul do Oceano Pacífico, onde ocorreu um aumento de 15 centímetros (cm) nas últimas três décadas. A organização também citou outros locais que podem enfrentar um aumento superior à média mundial, incluindo Xangai (China), Londres (Reino Unido), Buenos Aires (Argentina) e Sydney (Austrália).
No ano anterior, uma organização chamada Climate Central, uma ONG dos Estados Unidos, indicou que aproximadamente 40% da costa do Brasil está sendo afetada pelo aumento do nível do mar. Dados tornados públicos revelam que a extensão do litoral brasileiro chega a 7,4 mil quilômetros. (Foto: Defesa Civil/Rio)