Desde a sua reimplantação, em março, o Bolsa Família atingiu 2,4 milhões de famílias. Adicional já está incluído na folha do benefício que começa a ser paga nesta quarta-feira (18). Serão seis parcelas. Proposta é garantir a segurança nutricional
Na semana em que o programa Bolsa Família completa 20 anos, o governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), anunciou o incremento de R$ 50 para famílias beneficiárias que tenham crianças de zero a seis meses em casa. A medida pretende garantir segurança nutricional para mães e bebês com essa idade. Dados do programa de transferência de renda apontam que, neste ano, por meio de uma busca ativa, 2,39 milhões de pessoas ingressaram no grupo de atendidos pela iniciativa.
O calendário de pagamentos do mês de outubro começa nesta quarta-feira (18) e o adicional de R$ 50 já está incluído. Ao todo, de acordo com o MDS, serão seis parcelas. A novidade faz parte do Benefício Variável Nutriz (BVN), que integra a cesta de auxílios do Bolsa Família. Dados de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apontam que a insegurança alimentar e nutricional acomete mais de um terço da população brasileira (36,7%).
“A implantação do novo bolsa família agora ficou completa com o pagamento para a nutrizes”, afirmou o ministro Wellington Dias. Segundo o chefe da pasta, com o auxílio de uma busca ativa, o Bolsa Família alcançou 2,4 milhões de famílias desde a sua reimplantação, em março deste ano. “É um dinheiro para tomar café, almoçar, jantar, para outras necessidades.
O MDS reforçou os objetivos do incremento através de uma nota enviada ao Opinião em Pauta. “Um dos principais objetivos do Benefício Variável Nutriz é garantir melhores condições de nutrição à mãe, se ela for a responsável pela(s) criança(s), e ao bebê, auxiliando na promoção da Segurança Alimentar e Nutricional, dada a grande relevância da amamentação nos primeiros seis meses de vida. Mas o responsável familiar terá direito ao benefício mesmo se a criança não estiver em aleitamento materno, como forma de garantir qualquer outro tipo de alimentação ao bebê”, explicou o ministério.
No mês de outubro de 2023, o Programa Bolsa Família atendeu a um total de 21.457.553 famílias em todo o Brasil. Este apoio financeiro resultou em um investimento de R$ 14,672 bilhões, com um valor médio de benefício de R$ 688,97 por família. Além disso, o programa priorizou a proteção da primeira infância, destinando R$ 1,36 bilhão ao Benefício Primeira Infância (BPI), beneficiando 9.581.114 crianças com idades entre 0 e 6 anos que fazem parte dessas famílias.
Comemoração
Um evento será realizado, sexta-feira (20), para comemorar as duas décadas de existência do Bolsa Família. Há a expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participe por meio de videoconferência — seria a primeira aparição pública após a cirurgia que realizou para implantar uma prótese no quadril. Lula ainda está em processo de recuperação da cirurgia.
O evento deve reunir, ainda, profissionais que são egressos do Bolsa Família — que foram amparados pelo programa e conseguiram ascender socialmente. O programa é um dos maiores do mundo em matéria de transferência de renda a famílias de baixa renda. Para receber o benefício, é necessário que as famílias garantam que crianças e adolescentes permaneçam na escola e com cartão de vacinação em dia.
O governo conseguiu incluir 2,39 milhões de novas famílias no Bolsa Família entre março a outubro. Isso porque foi feita uma busca de pessoas em situação de vulnerabilidade social, cujo foco são integrantes de grupos Populacionais Tradicionais e Específicos (GPTE) — como a população em situação de rua, povos indígenas, pessoas com deficiência, idosos e crianças exploradas pelo trabalho infantil.
(Foto: Divulgação)