Na filiação de Anielle ao PT, Lula diz que ministra será preparada para 2026

O presidente da República afirmou que Anielle não será candidata nas eleições de 2024. Ministra da Igualdade Racial não desmentiu fala do presidente. Prefeito do Rio de Janeiro concorre à reeleição em outubro

 

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) na noite desta terça-feira (2), no Circo Voador, no centro do Rio de Janeiro. No evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou a possibilidade de a nova petista disputar as eleições municipais de 2024 como vice na chapa do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que tentará a reeleição em outubro. No seu discurso, o mandatário deixou claro que será preparada para concorrer a uma cadeira no Congresso, em 2026.

“A Anielle pode construir uma perspectiva política muito importante no estado do Rio. Tenho certeza de que ela não tem nenhuma pretensão de disputar cargo em 2024. Quer ser ministra até o último momento. Mas, quando chegar perto do fim do governo, pode dar um mexerico nela de querer ser candidata. Então, é melhor começar a se preparar”, afirmou Lula.

As especulações sobre uma dobradinha Paes-Anielle cresceram depois que, em 24 de março, a Polícia Federal (PF) prendeu três acusados — os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, respectivamente conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e deputado federal, e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa — de mandar matar a irmã dela, a vereadora Marielle Franco.

Anielle tornara-se um ativo forte para a disputa à prefeitura carioca e tinha como madrinha a primeira-dama Janja. No PSD de Paes, a pressão para pôr a ministra como vice vinha causando desconforto. Mas isso não afasta a hipótese de o PT ficar com a vaga, embora o partido do prefeito pretenda formar uma chapa puro-sangue.

Na cerimônia, Anielle relembrou a irmã, a vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018. “Eu chego aqui também por Marielle Franco. Não pela covardia que fizeram com a minha irmã, não pela brutalidade que fizeram, mas pelo que ela significa”, afirmou. A ministra ainda discorreu sobre sua caminhada na política.

“Minha trajetória política começa e se forja na favela da Maré. Começa quando, ainda muito nova, minha mãe e minha irmã protegiam meu corpo, com medo de que fôssemos atingidas por uma bala perdida. Começa na universidade, como cotista. Minha luta começa no dia que nasci, discursou.

Também marcaram presença, entre outros, a presidenta do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR); o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; o presidente da Embratur, Marcelo Freixo; e a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ).

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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