Na Espanha, parlamento é dissolvido com premiê convocando eleições gerais

Depois que conservadores tiraram do partido do chefe de governo o controle de quase todas as regiões do país e de sete das dez principais cidades espanholas, o socialista Pedro Sánchez anunciou a dissolução do parlamento e convocação para novas eleições gerais no país.

A decisão, explicou Sánchez, veio após o resultado de eleições regionais realizadas no domingo (28) na Espanha, que indicaram uma dura derrota para sua sigla, o Partido Socialista Obreiro Espanhol (PSOE).

Em alianças com a extrema direita espanhola, o Partido Popular (PP), principal rival político do PSOE, tirou dos socialistas o controle de quase todas as regiões do país, incluindo a Comunidade de Madri, além do governo de sete das dez maiores cidades.

Em discurso nesta manhã, o socialista Pedro Sánchez reconheceu responsabilidade na derrota de seu partido e disse ter decidido convocar novas eleições para que “o povo espanhol tome a palavra para decidir o rumo político do país”.

“Assumo em primeira pessoa esses resultados e acredito ser importante submeter nosso mandato democrático à vontade popular”, declarou.

Quarta maior economia da União Europeia, a Espanha também vem enfrentando problemas de inflação alta, mas há também uma insatisfação de parte da população com as políticas de Sánchez, que governa em uma coalizão o Podemos, de extrema esquerda.

 

Voto popular

O premiê afirmou que o novo pleito ocorrerá em 23 de julho, mas não afirmou se concorrerá ou não pelo seu partido. Pelo calendário convencional, as eleições gerais ocorreriam no fim deste ano.

Mas, com o adiantamento anunciado nesta segunda, as Cortes espanholas serão dissolvidas a partir de terça-feira (30), disse o premiê, que afirmou já ter comunicado a decisão ao rei da Espanha, Felipe VI.

A Espanha tem um regime de monarquia parlamentarista – o rei é o chefe de Estado, responsável pelas Forças Armadas e por reconhecer o primeiro-ministro, mas não interfere no Executivo. Já o premiê do país tem a função de chefe de governo, e é escolhido pelo Parlamento, eleito por voto popular.

Pedro Sánchez, líder do PSOE, comanda a Espanha desde 2019, depois de eleições também convocadas antes da hora.

“Vimos ontem uma ‘onda reacionária’ que já sabemos no que vai dar: um retrocesso a direitos fundamentais, da luta feminista e contra a emergência climática, na garantira ao direito à habitação”, disse a secretária-geral do Podemos, Ione Belarra. ( Foto: REUTERS/Rafael Marchante)

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