Mulheres são minoria em funções determinantes no cinema, diz estudo

Mesmo com o sucesso “Barbie”, da diretora Greta Gerwig, grandes estúdios ainda priorizam cineastas masculinos. Pesquisa do Centro para Estudo de Mulheres na Televisão e no Cinema da Universidade Estadual de San Diego mostra que elas só estiveram a frente de 16% dos filmes de sucesso em 2023

 

O filme “Barbie”, dirigido por Greta Gerwig, emergiu como um farol de sucesso em Hollywood no ano de 2023. A arrecadação colossal de US$ 636 milhões posicionou-o como a maior bilheteria do ano, marcando também o ápice para filmes dirigidos por mulheres nos Estados Unidos. Contudo, esse triunfo ressalta um cenário desigual persistente na indústria cinematográfica. Uma nova pesquisa do Centro de Estudos das Mulheres na Televisão e no Cinema da Universidade Estadual de San Diego revela que das 250 produções de maior bilheteria, apenas 16% foram dirigidas por mulheres – uma queda em relação aos 18% registrados em 2022.

Além disso, embora haja aspectos encorajadores, como o aumento de 11% para 14% em 2022 nas cem obras mais rentáveis dirigidas por mulheres, ainda há uma lacuna significativa a ser preenchida. Nesse contexto, produções de destaque, como “Saltburn” de Emerald Fennell, “Vidas Passadas” de Celine Song e filmes de nomes como Sofia Coppola, Beyoncé e Taylor Swift, se destacaram, mas não modificaram substancialmente o cenário e as mulheres continuam sub-representadas em papéis-chave nos bastidores, com apenas 4% dos filmes empregando 10 ou mais mulheres em posições-chave, em comparação com 75% que empregam 10 ou mais homens.

As estatísticas são claras: 26% dos produtores, 24% dos produtores executivos, 21% dos editores, 17% dos escritores, 14% dos compositores e 7% dos cineastas eram mulheres. Apesar de algumas áreas, como a de editoras e cineastas, manterem estabilidade em relação a 2022, houve declínio no número de mulheres como produtoras, produtoras executivas e escritoras. Nos longas dirigidos por mulheres, o estudo mostra que elas representaram 61% dos roteiristas, 35% dos editores, 10% dos diretores de fotografia e 26% de compositores. Quando um homem esteve na direção, o quadro mudou para 9% de roteiristas, 18% de editores, 7% de diretoras de fotografia e 11% de compositoras.

Num olhar mais detalhado, filmes com pelo menos uma diretora demonstra uma tendência mais inclusiva. Nessas produções, mulheres ocupam mais frequentemente funções-chave nos bastidores, ressaltando a disparidade entre filmes liderados por homens e aqueles que abraçam a diversidade criativa.

(Foto: iStock Images)

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