Mulheres brasileiras continuam indo às ruas contra o PL do Estupro

A exemplo do último fim de semana, manifestantes contrários ao PL Antiaborto, também chamado de PL do Estupro, em análise na Câmara dos Deputados, voltaram às ruas neste domingo. Os atos foram registrados na Praia de Copacabana, no Rio, e diante do MASP, em São Paulo, ambos habituais pontos de manifestações nessas cidades.

A mobilização deste domingo ocorreu mesmo após o recuo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que disse na última terça-feira não ter “pressa ou açodamento” para analisar o projeto. Na semana anterior, a Câmara havia aprovado um requerimento de urgência para a análise do texto, após um acordo entre Lira e a bancada evangélica na Casa.

O projeto, de autoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), equipara o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio. Diante da reação negativa, o presidente da Câmara afirmou na terça que a proposta será analisada por uma comissão na Casa antes de ir à votação.

A manifestação deste domingo no Rio cobrou o arquivamento do projeto, e teve Lira como um dos principais alvos de críticas. Em São Paulo, os manifestantes endossaram o coro contra o PL Antiaborto e disseram que continuarão indo às ruas até que o projeto saia de vez da pauta da Câmara.

O projeto prevê que o aborto possa ser punido criminalmente inclusive em casos “nos quais a gravidez resulta de estupro e houver viabilidade fetal, presumida em gestações acima de 22 semanas”.

Um dos artigos que podem ser modificados pelo PL Antiaborto prevê atualmente que a prática do aborto não tem implicação criminal “se a gestante não é maior de quatorze anos”. Em reação a uma possível mudança neste trecho específico da lei, manifestantes têm ido às ruas com cartazes e faixas que levam a frase “criança não é mãe”. (Foto: REUTERS)

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