Fontes próximas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informaram à GloboNews nesta quinta-feira (27) que, atualmente, a probabilidade de o deputado colocar em discussão no plenário da Casa a proposta de anistia para aqueles condenados por envolvimento nos eventos golpistas de 8 de janeiro de 2023 é praticamente inexistente.
A análise foi expressa após que deputados próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificaram a argumentação a favor do projeto, declarando que a meta é validar o texto na primeira metade de abril. Líderes do PL têm procurado a colaboração de outras legendas para a proposta.
Entretanto, conforme informações de colaboradores de Motta, o presidente da Câmara acredita que não é o momento apropriado para discutir o projeto.
Adicionalmente, considera que, se decidir se posicionar, terá um impacto negativo na sua relação com o presidente Lula (PT), com quem tem estreitado laços, incluindo acompanhá-lo em viagens internacionais.
O plano de Bolsonaro não leva em conta os desafios. Os líderes e ex-líderes do Congresso, que fazem parte da comitiva de Lula no Japão, aparentam ter outras prioridades. Além da anistia, a restauração dos direitos políticos e um possível indulto também estariam sujeitos à análise do Supremo. A lembrança da decisão da Corte que anulou, por inconstitucionalidade, o indulto concedido por Bolsonaro a Daniel Silveira ainda está viva na memória dos ministros. (Foto: Câmara Federal/Reprodução)