Henrique Acker (correspondente internacional) – A morte de Alexei Navalny, um dos principais opositores do regime russo, pode se transformar em motivo de constrangimento para Vladimir Putin, em meio a uma campanha eleitoral presidencial que parecia tranquila para o atual governo. O processo eleitoral será em 17 de março deste ano.
De acordo com a legislação eleitoral em vigor, todos os candidatos poderão utilizar propaganda gratuita em cinco canais de televisão federais e três estações de rádio a partir de segunda-feira, 19 de fevereiro.
Quatro candidatos concorrem este ano à Presidência da Rússia. São eles: Leonid Slutsky, do Partido Liberal Democrático da Rússia (LDPR); Vladislav Davankov, do New People (liberal); Nikolay Kharitonov, do Partido Comunista da Federação Russa (KPRF) e o atual presidente russo, Vladimir Putin (Rússia Unida).
Denúncias de corrupção e declarações racistas
Durante anos a mensagem contundente de Alexei Navalny foi que o partido de Putin estaria cheio de “vigaristas e ladrões”. Ele acusou o presidente de “sugar o sangue da Rússia” através de um “Estado feudal” que concentra o poder no Kremlin. Esse sistema de clientelismo, afirmou ele, é como a Rússia czarista. Essas denúncias e seu ativismo contra o governo de Putin o levaram a várias condenações e à cadeia.
No entanto, a Anistia Internacional (AI) revogou o estatuto de “prisioneiro de consciência” no caso de Alexei Navalny. Em causa estavam comentários xenófobos que ele tinha feito anos antes, mas que não desmentiu. Em vídeos de 2007, ele parecia comparar conflitos étnicos a cáries dentárias e comparar imigrantes a baratas.
Navalny também disse que a península da Crimeia “de fato pertence à Rússia”, apesar da condenação internacional da anexação do território ucraniano pela Rússia em 2014. No entanto, a AI continuou a pedir pela sua libertação, alegando que ele estava preso apenas pelo seu ativismo anti-Putin. (Foto: REUTERS/ Reprodução)
Por Henrique Acker (correspondente internacional)
