Moraes mantém Torres preso e rejeita visita de Flávio Bolsonaro

No entanto, o ministro autorizou que outros 38 parlamentares se encontrem com ex-ministro da Justiça na unidade

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter nesta sexta-feira (5) o ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres preso no 19º batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, por não ver necessidade de transferência do ex-ministro da Justiça para o hospital penitenciário. Segundo Moraes, na decisão, “não se faz necessária a transferência para o hospital penitenciário, conforme relatório médico e concordância da defesa”.

Moraes também negou a visita dos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES) a Torres, por entender que há uma “conexão” entre investigações envolvendo ambos e o ex-ministro. Embora tenha negado o acesso dos dois parlamentares a Torres, Moraes autorizou que outros 38 senadores possam vê-lo no 19º Batalhão de Polícia Militar, desde que se dividam em grupos de cinco.

As visitas poderão ocorrer seguindo determinados critérios estabelecidos por Moraes, como vedação de qualquer acompanhante, assessor, segurança, imprensa e familiares do preso, além da restrição de ingresso de celulares, máquinas fotográficas, gravadores, computadores ou qualquer outro equipamento eletrônico. Os senadores também não podem entrar no batalhão com mensagens dirigidas ao custodiado, de qualquer espécie. Por fim, os parlamentares estão proibidos de levar mensagens do ex-ministro a terceiros.

Além de Flávio Bolsonaro e Marcos do Val, solicitaram a visita os senadores Sergio Moro (União Brasil-PR), Ciro Nogueira (PP-PI), Rogério Marinho (PL-RN) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Também há membros de partidos da base, como Chico Rodrigues (PSB-RR).

Na terça-feira (5), a Polícia Militar do Distrito Federal informou ao STF que o Batalhão de Aviação Operacional da PM-DF, localizado no Guará, tem atendido de “maneira adequada” o ex-ministro da Justiça. A PM disse também que não considerava necessária a transferência para hospital penitenciário”, mas reitera “que o caso exige acompanhamento frequente.

Neste mesmo dia, um laudo elaborado pela Gerência de Serviços de Atenção Primária Prisional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e encaminhado ao Supremo revelou que o ex-ministro da Justiça está em “bom estado geral, consciente, atento e colaborativo”. “Seu pensamento está agregado e organizado, com fluidez aparentemente normal, sem evidências de alteração da sensopercepção. Seu humor encontra-se hipotímico e ansioso, com labilidade emocional constante, principalmente ao falar da família”, diz o documento.

“Refere crises de ansiedade diárias, mas nega desejo de morte e ideação suicida. As medicações foram ajustadas com a intenção de melhor controle do humor e das crises de ansiedade”, prossegue o texto.

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