Moraes determina prisão preventiva de Valdemar Costa Neto

Presidente do PL foi preso em flagrante por posse ilegal de arma e com uma pepita de ouro avaliada em R$ 11,7 mil; item é compatível com extração de garimpo. Ministro do STF deu 24h para PGR se manifestar sobre pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa do parlamentar

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu nesta sexta-feira (9) converter a prisão em flagrante do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, em preventiva. Além disso, o magistrado deu 24 horas para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre o pedido de liberdade provisória apresentado pela defesa. Moraes também manteve as prisões preventivas de Filipi Garcia, Marcelo Costa Câmara e Rafael Martins de Oliveira.

Preso em flagrante na quinta-feira (8) por posse ilegal de arma, Valdemar tinha com ele uma pepita de ouro com cerca de 39 gramas. Segundo a Polícia Federal (PF), o item é compatível com a extração de um garimpo, e tem valor estimado em R$ 11,7 mil. Conforme publicado pelo Uol, o ex-deputado é sócio do garimpeiro Francisco Jonivaldo Mota Campos, coordenador do movimento “Garimpo É Legal” no estado do Amazonas.

A Polícia Federal fará uma análise química do ouro encontrado na casa de Valdemar para identificar de qual região a pepita foi extraída. A probabilidade da pedra ser de origem ilegal é grande, uma vez que a maior parte dos garimpos que operam no Brasil são clandestinos, publicou a colunista Bela Megale. Em 2022, foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo que Valdemar tinha em seu nome uma madeireira no Amazonas chamada Agropecuária Patauá. A empresa foi fundada na década de 1980, e diz atuar na “fabricação de madeira laminada, compensada, prensada e aglomerada”. Em fevereiro de 2000, outra empresa, a Reflorestadora Holanda, comprou 75% da Patuá.

Ainda de acordo com a Folha, a Reflorestadora Holanda pertence ao empresário Francisco Jonivaldo. O garimpeiro respondia a uma ação civil pública no Ministério Público Federal sob acusação de dano ambiental por supostamente desmatar uma área de floresta nativa da Amazônia sem autorização do órgão ambiental competente. À época, Jonivaldo afirmou que a acusação era “provavelmente um engano” porque ele não teria áreas na região indicada pelo Ministério Público.

Entenda o caso

Valdemar estava sendo alvo de um mandado de busca e apreensão em uma ação que investiga a tentativa de golpe de Estado e a abolição do Estado Democrático de Direito, quando foi flagrado com uma arma com registro irregular, documentação vencida e em nome do filho dele. Na decisão que deferiu as medidas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o ex-deputado é tido pela PF como o “principal fiador” dos questionamentos sobre as urnas eletrônicas.

Entre os alvos da Operação Tempus Veritatis (hora da verdade, do latim), estavam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e alguns de seus principais aliados, como ex-ministros de seu governo. Em manifestação sobre as medidas solicitadas pela PF, o procurador-geral da República Paulo Gonet informou haver indícios da participação de Valdemar no “sistema delituoso que se apura”. No relatório que embasou a ação, a polícia afirmou que o PL foi usado para financiar uma tentativa de golpe de Estado.

Ainda segundo a PF, o plano golpista tinha como objetivo prender os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), antes da posse de Lula. A ideia era manter Jair Bolsonaro no poder.

(Foto: Folha de São Paulo)

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