Moraes afasta número 3 da ABIN por suposto esquema de espionagem

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afastou de suas funções o secretário de planejamento de gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Maurício Fortunato. Ele é o atual número 3 da Abin.

Fortunato ocupava o cargo de diretor de operações de inteligência da agência durante o governo de Jair Bolsonaro. Essa área é responsável por adquirir e manusear o software alvo da investigação da Polícia Federal.

A Polícia Federal (PF) investiga, por meio da Operação Última Milha, o uso indevido do software FirstMile sem autorização da Justiça por servidores da Abin. Os investigadores descobriram o uso do software mais de 33 mil vezes. Desse total, 1,8 mil teriam como alvo políticos, jornalistas e adversários do governo Bolsonaro.

Nas operações de busca e apreensão desta sexta-feira (20), a PF encontrou US$ 171,8 mil na residência de Fortunato. A origem dos recursos será investigada, mas não é crime guardar dinheiro em casa.

 

Quem é Fortunato

O número 3 da Abin é oficial de Inteligência, formado em Ciências Econômicas, especialista em contrainteligência, contraterrorismo e análise do Crime Organizado Transnacional. Antes de ocupar o cargo de secretário de Planejamento e Gestão, foi diretor do Departamento de Contrainteligência, diretor interino do Departamento de Inteligência Estratégica, diretor do Departamento de Operações de Inteligência. Fortunato também foi superintendente do Mato Grosso do Sul, coordenador-geral de Análise do Crime Organizado e coordenador-geral de Operações dos departamentos de Inteligência, contrainteligência e contraterrorismo. Exerceu ainda o cargo de coordenador de Ensino de Operações da Escola de Inteligência (Esint).

De acordo com o perfil dele, disponibilizado pela Abin, o oficial atuou como conselheiro do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e como representante no Conselho Nacional Antidrogas (Conad). No exterior, exerceu a função de adido de Inteligência na Embaixada do Brasil na Argentina no período de 2010 a 2011.

Além de Fortunato, outros quatro oficiais da Abin foram afastados pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes a pedido da PF. Entre os que foram afastados, há diretores que entraram na época do governo de Jair Bolsonaro, mas que permaneceram no cargo até os dias atuais. (Foto: Reprodução)

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