Pelo quarto dia seguido, a Polícia Militar (PM) realizou operações na favela do Moinho, situada na área central de São Paulo (SP). Os habitantes da comunidade acusam a administração de Tarcísio de Freitas (Republicanos) de promover terrorismo psicológico em virtude das várias intervenções.
A atuação visível da polícia se dá na iminência de uma possível retirada de algumas áreas da favela do Moinho, conforme ordem do governo paulista.
Residentes relataram que os agentes de segurança adentraram a favela nesta sexta-feira, ameaçando começar a desocupação. Entretanto, não teriam mostrado documentos legais que justificassem a ação nas casas da comunidade.
Em seguida, os habitantes da favela estabeleceram barricadas na entrada da comunidade como resposta à ação da polícia. Essa manifestação interrompeu provisoriamente o tráfego de trens entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda, na Linha 8 – Diamante da CPTM. O local está situado próximo à Estação Júlio Prestes. A operação foi restabelecida e está funcionando normalmente.
Leidivania Dominguas Serra Teixeira, residente no Moinho, relatou que estava repousando em sua casa quando os policias adentraram seu lar.
“A polícia invade nossas residências, agredindo e oprimindo os moradores. Sou mãe de duas crianças. Eles entraram, empurraram um homem para dentro da minha casa, onde havia três crianças: uma recém–nascida de apenas 15 dias, uma de um ano e nove meses, e outra de nove anos. Usaram gás lacrimogêneo contra nós dentro da nossa própria casa. Estamos sofrendo opressão. Por que tanta agressividade? Não cometemos crime algum”, relatou a moradora, que considera as ações da polícia como “terrorismo psicológico”.
A ação se estendeu por aproximadamente sessenta minutos. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) divulgou, por meio de um comunicado, que um indivíduo foi capturado sob a suspeita de envolvimento com o tráfico de entorpecentes. Residentes relataram à reportagem que o homem preso não residia na favela e que atuava na área, realizando consertos em residências da comunidade. (Foto: Brasil de Fato)