Moody’s eleva nota do Brasil, que se aproxima de grau de investimento

Agência reafirmou perspectiva positiva para o país, que havia sido estabelecida em maio

 

A agência norte-americana de classificação de risco Moody’s elevou o rating do Brasil de Ba2 para Ba1, e mantém a perspectiva positiva para o país. Segundo a agência de classificação de risco, o crescimento mais robusto que o previsto contribuiu para a melhora do rating.

A agência reafirmou a perspectiva positiva para o país, que havia sido estabelecida em maio. Naquele mês, a agência alterou a perspectiva sobre a nota de crédito do Brasil para “positiva”, ante “estável”, mas ainda no grau de Ba2. Reformas fiscais e econômicas contribuíram para melhora. A agência disse que a credibilidade do arcabouço fiscal é moderada, o que reflete em custo da dívida. A Moody’s elenca que a dívida deve se estabilizar no médio prazo, mas em nível relativamente alto.

Além disso, a agência destacou reformas econômicas recentes no país, como a tributária, que deve melhorar o ambiente de negócios brasileiro, de modo a manter o crescimento forte no longo prazo. A Moody’s destacou ainda o compromisso do governo com a meta fiscal e a expectativa com a estabilização da proporção dívida/PIB do país para manter sua perspectiva positiva. Em agosto, a dívida pública bruta do Brasil registrou leve aceleração, a 78,5% do PIB ou R$ 8,898 trilhões.

Com a melhora da classificação de risco, o Brasil está a uma nota do chamado grau de investimento, a nota de corte para que uma instituição ou país seja considerado um porto de investimentos seguros. A elevação da nota de crédito do país vem menos de uma semana depois do encontro do presidente Lula, em Nova York, com representantes das agências Standard & Poor’s e Moody’s durante a viagem aos Estados Unidos para discursar na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Essas agências avaliam a capacidade de uma instituição ou país pagarem suas dívidas. De acordo com a capacidade, são atribuídas notas que podem ir de AAA (o famoso triple A), para os melhores pagadores, a D, para quem está em situação de inadimplência.

Histórico

Em 2008, o Brasil ganhou o grau de investimento pela primeira vez em sua História, conferido pela S&P. A decisão foi seguida pelas outras duas grandes agências: Fitch, no mês seguinte, e Moody’s, em setembro de 2009. A S&P retirou o grau de investimento do Brasil em 2015 em meio a um contexto de grave crise econômica. A Fitch também cortou o grau de investimento no mesmo ano e fez novo rebaixamento em 2018. A Moody´s removeu o selo de bom pagador do Brasil em 2016.

(Foto: Emmanuel Dunand/Getty Images)

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