O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que vai indicar, em breve, o advogado Cristiano Zanin Martins para uma vaga na corte.
A informação foi confirmada à repórter Raquel Landim por fontes no STF e no Planalto, conforme a colunista divulgou no início da noite desta quinta-feira, 25.
A vaga se encontra aberta desde a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandoswki em abril e é alvo de intensas disputas nos bastidores. Lula optou por Zanin porque tem forte relação de confiança com o advogado, que o defendeu durante a Operação Lava Jato.
Zanin é responsável pelo pedido de habeas corpus no STF que resultou nas anulações das condenações de Lula. Desde que chegou ao Planalto, o presidente vem se cercando de pessoas que o apoiaram durante os 580 dias que permaneceu preso em Curitiba.
O nome de Zanin ainda precisa ser sabatinado no Senado, mas não deve enfrentar resistências, a despeito dos conflitos de interesse que podem surgir em casos envolvendo a Lava Jato ou o próprio presidente da República.
Zanin não era o nome preferido dos ministros do STF, nem de advogados do chamado Prerrogativas, grupo que combateu a Lava Jato. A escolha do advogado para o Supremo movimentou outras peças no tabuleiro do Judiciário.
Conforme apurou a CNN, Lula almoçou ontem com o ministro Alexandre de Moraes e o ministro da Justiça, Flávio Dino, no Planalto. O tema da conversa foi a indicação dos dois novos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No fim da tarde, o próprio Moraes anunciou a escolha de Floriano de Azevedo Marques e André Ramos –ambos os nomes apoiados por ele. Segundo fontes, Lula consolidou a força do ministro no TSE para compensar não aceitar sua indicação para o STF.
O preferido de Moraes é Luiz Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça e ministro do STJ. Já Lewandoswki e parte do Prerrogativas apoiam Manoel Carlos de Almeida, ex-secretário-geral do STF e do TSE. Também havia pressões para que Lula escolhesse uma mulher negra para o cargo.
Em outubro deste ano, a ministra Rosa Weber vai se aposentar e o presidente fará uma nova indicação para o STF. ( Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação)