Amostra atual do índice só é feita por regiões. A ação fará com que o número de estudantes brasileiros avaliados passe de 10 mil para mais de 40 mil
O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou na manhã desta terça-feira (5) que o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) no Brasil será feito por estados. Atualmente, o índice mostra os resultados por regiões do país. Desta maneira, a próxima avaliação, em 2025, incluiria cerca de 40 mil estudantes de 15 anos. O anuncio ocorreu durante a divulgação dos resultados do Pisa 2022, na sede do Ministério da Educação (MEC).
“No próximo Pisa queremos avaliar por estado, para que possamos ter panorama mais pontual. Agora foi avaliado por região. Todas nossas ações [do MEC] estão focadas na redução da desigualdade e inclusão. Queremos que nosso próximo Pisa a gente possa ter um retrato desses alunos, e não dá para fazer com somente essa amostra de 10 mil alunos”, avaliou Camilo Santana. Ele ressaltou que, assim, cada governador, com auxílio do MEC, poderá traçar melhor as metas para melhorar o ensino.
O Pisa é um estudo comparativo internacional realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ele avalia estudantes na faixa etária de 15 anos, que se pressupõe já terem terminado a escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. Também são avaliados dados contextuais de aprendizagem como, por exemplo, a pandemia foi incluída nesta edição. Apesar do questionário sempre avaliar matemática, leitura e ciências, a cada vez, uma dessas áreas é enfatizada – ou seja, possui maior número de perguntas. Em 2022, a disciplina analisada com mais detalhes foi matemática. No Brasil, o órgão responsável por todo processo de aplicação do Pisa é o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Pisa 2022
Os resultados do Pisa de 2022, divulgados nesta terça-feira (5), mostraram queda no desempenho de estudantes brasileiros nas áreas de matemática, ciências e leitura. Segundo o relatório, 73% dos alunos não alcançaram patamar mínimo de aprendizagem em matemática, 50% não conseguiram em leitura e 55% em ciências — índices menores que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
No ano passado, quase 700 mil estudantes de 15 anos em 81 países foram avaliados. No Brasil, o programa contou com a participação de 14 mil alunos, em 606 escolas de 420 municípios. O Brasil pontuou 379 em matemática, 410 em leitura e 403 em ciências. Com esses números, o país ocupa a 65ª, 52ª e 61ª posições nas áreas do conhecimento, respectivamente. O desempenho brasileiro em 2022 teve queda de cinco pontos em matemática em relação a 2018, três pontos em leitura e um ponto em ciências. Apesar das pequenas variações para baixo, a análise da OCDE é a de que as notas se mantiveram estáveis.