Ministra Cida Gonçalves diz que mulheres não serão tratadas como “pilar de família”, como defendia Bolsonaro

A ministra Cida Gonçalves em entrevista à TV Brasil disse que o governo passado de Jair Bolsonaro tratava as mulheres com um viés sexista e patriarcal, com o propósito de transformá-las apenas no “pilar da família”, e ainda entregava às igrejas e outras instituições, a responsabilidade sobre políticas públicas de combate à violência contra a mulher. Isso mudou.

A forma como as mulheres brasileiras serão vistas e tratadas pelo governo federal mudou desde que o extremista de direita  não é mais presidente da República, dando lugar a Lula (PT).

Com a mudança de governo, a pastora evangélica Damares Alves saiu da chefia do extinto Ministério das Mulheres, Família e Direitos Humanos, dando lugar à feminista e consultora de políticas públicas de gênero e violência contra a mulher, Cida Gonçalves, nova titular do Ministério das Mulheres.

“Eles [bolsonarismo] mudaram a forma de política pública. Nós trabalhamos com a responsabilidade do Estado brasileiro. A violência contra a mulher não é de responsabilidade da sociedade civil, das igrejas e de ninguém, é do Estado”, disse  Cida.

Ao mesmo passo em que patrocinava a gestão machista de Damares, Bolsonaro esvaziou o orçamento da Pasta, deteriorando projetos que foram erguidos anteriores por gestões petistas, como a Casa da Mulher Brasileira, que são os abrigos para mulheres que tentam escapar da violência doméstica.

O trabalho de combate à violência contra mulher era feito baseado em cooperação técnica, e não tinha uma execução direta, por isso, parlamentares passaram a elaborar emendas para receber a Casa da Mulher Brasileira em suas regiões, sendo que essa é uma responsabilidade do governo federal, estadual e municipal.

“O governo federal precisava ter orçamento para executar a política. Isso faz diferença na hora de você discutir com o estado ou o município, a responsabilidade pelo serviço. Essas questões terminam prejudicando a política pública e também trazendo muitas ONGs, instituições – religiosas ou não – para executar aquilo que é responsabilidade do Estado.”, completou a ministra. (Foto Valter Campanato/Agência Brasil.)

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