Mercado financeiro aprova Haddad, rejeita Lula e cobra mais dividendos da Petrobras

Pesquisa Genial/Quaest ouviu gestores e economistas de fundos de investimento sobre desempenho do governo e rumos da economia. Presidente Lula defende mais investimentos e uma Petrobras voltada para 200 milhões de brasileiros, não para seus acionistas minoritários

 

 

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (20) mostra que agentes do mercado financeiro estão mais insatisfeitos com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O levantamento revela que a avaliação “negativa” da administração federal passou de 52% em novembro último para 64% neste mês de março.

No entanto, o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é avaliado como positivo por 50% – na rodada anterior da pesquisa, o patamar era de 43%. Perguntados se Haddad está mais forte do que no começo do mandato, 51% acham que sim, 35% dizem que permanece igual e 14% o veem mais fraco.

Aumentou de 44% para 51% os que avaliam que o governo está preocupado com o controle da inflação. E 46% acreditam que a inflação será menor do que em 2023, 36% que ficará igual e 19% que ficará mais alta ante o ano passado. O levantamento também mostra que para 50% dos agentes econômicos entrevistados, o “maior risco para o governo Lula” é o “intervencionismo na economia”, seguido do “estouro da meta fiscal” (23%) e da “perda da popularidade do presidente” (19%).

Ainda segundo a pesquisa, 73% vão manter a aposta em mais queda da taxa de juros e 27% projetam que o Banco Central do Brasil vai diminuir o ritmo de reduções, mas todo mundo acha que os juros continuarão caindo.  Por outro lado, há pessimismo em vários pontos da pesquisa, 99% acham que o governo não vai zerar o déficit este ano. E 71% consideram que a política econômica está errada. Porém, caiu de 55% para 32% os que dizem que sua expectativa é de que a economia piore nos próximos doze meses.

Intervencionismo

Para 89% dos entrevistados se o governo interferir na Vale o impacto será de diminuir os investimentos estrangeiros no Brasil. Sobre o rumoroso caso dos dividendos da Petrobras, 97% acham que foi uma decisão errada não distribuir os dividendos extraordinários, mas 52% avaliam que eles serão pagos “em algum momento” até o final do ano, 29% consideram que esses recursos retidos serão aplicados em investimento, 19% acham que ficarão como recursos de capital.

Essa seria, inclusive, a principal razão para a avaliação negativa do governo. Para 97%, foi uma decisão errada. O presidente Lula teve um papel fundamental na decisão do Conselho de Administração da Petrobras de não efetuar o pagamento de dividendos extraordinários. A determinação de não conceder dividendos extraordinários foi resultado de uma reunião entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, onde Lula também participou ativamente.

O objetivo por trás dessa decisão é direcionar os recursos que seriam destinados aos acionistas para investimentos de longo prazo na própria empresa. No momento, a Petrobras tem buscado fortalecer seus investimentos, como evidenciado pela retomada de importantes projetos, incluindo investimentos em refinarias, durante o atual mandato do presidente Lula e a gestão de Prates. Em suma, a decisão de não pagar dividendos extraordinários beneficia os mais de 200 milhões de brasileiros, em detrimento de acionistas privados que objetivam sugar o lucro da estatal brasileira, vital para o desenvolvimento econômico do país.

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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