Membro do governo dos EUA, Musk apoia neonazistas na Alemanha

Por Henrique Acker   – A um mês das eleições na Alemanha, o multimilionário Elon Musk declarou apoio ao partido neonazista Alternativa para a Alemanha (AfD). O multimilionário fez aparição por videoconferência num comício de campanha do partido, realizado domingo, 26 de janeiro.

O caso pode ser considerado um escândalo, na medida em que Musk ocupa o novo Departamento de Eficiência Governamental de Donald Trump, além de ser dono da Rede Social X.

É a primeira vez que um representante oficial de um governo dos EUA apoia publicamente um partido de extrema-direita na Alemanha, país que liderou o Eixo na Segunda Guerra Mundial, cuja consequência foi a morte de cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo.

 

Elogios rasgados

Musk justificou sua confiança nos neonazis, afirmando que “as crianças não podem ser responsabilizadas pelos erros de seus antepassados”, numa clara referência aos crimes cometidos durante a Alemanha de Hitler.

“É bom ter orgulho de ser alemão. Lutem por um futuro brilhante para a Alemanha”, declarou o homem mais rico do mundo para cerca de 4.500 pessoas que o assistiam num telão. Para Musk, a AfD é “a melhor esperança para a Alemanha”.

Elon Musk destacou ainda a importância das próximas eleições alemãs: “Acho que ela pode decidir todo o destino da Europa, talvez o destino do mundo”. A AfD tem a preferência de cerca de 20% do eleitorado nas pesquisas eleitorais.

Há duas semanas, o mesmo Musk conversou pelo X com Alice Weidel, líder do AfD. Na ocasião, elogiou as propostas do partido e escreveu que “só a AfD pode salvar a Alemanha”. O gesto foi condenado pelo atual chanceler alemão, o social-democrata Olaf Scholz.

 

Protestos

Enquanto Elon Musk declarava apoio à AfD, dezenas de protestos ocorriam em toda a Alemanha. Além de Berlim e Colônia, cerca de 60 cidades registraram manifestações no final da semana, exigindo um cordão sanitário contra qualquer acordo que permita a participação dos neonazistas no governo.

Na semana passada, o líder da coligação conservadora CDU-CSU, Friedrich Merz, favorito para vencer a eleição com 30% das intenções de voto nas pesquisas, provocou furor ao admitir que está disposto a aceitar apoio da ultradireita para aprovar políticas mais duras contra a imigração no parlamento.

Merz sugeriu que todos os “imigrantes ilegais” devem ser rejeitados na fronteira do país, incluindo os refugiados de guerra ou perseguidos políticos, além de sugerir novos centros de detenção de imigrantes em armazéns ou quartéis desativados.

As medidas foram saudadas pela líder da AfD, Alice Weidel. Ela aproveitou para propor “o fechamento das fronteiras e deportação dos ilegais”, além de pedir o fim do cordão sanitário contra seu partido.  (Foto: Reprodução)

 

Por Henrique Acker (correspondente Internacional)

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Fontes:

 

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