Mauro Cid é preso novamente após áudios vazados

Determinação foi de Alexandre de Moraes, após audiência de confirmação de delação

 

O tenente-coronel Mauro Cid foi preso nesta sexta-feira (22), por ter descumprido medidas cautelares e obstrução de justiça. O mandado de prisão preventiva foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão ocorreu após o término de uma audiência de confirmação dos termos da delação premiada fechada por Cid com a Polícia Federal (PF). A validade da delação ainda está sob análise.

De acordo com fontes na Corte, ele foi questionado sobre a pressão que teria sofrido da Polícia Federal e indagado se fez as declarações válidas pela colaboração premiada por livre e espontânea vontade. A oitiva começou por volta das 13h05. Cid afirmou que as informações que deu durante os depoimentos ocorreram por vontade própria e disse que não houve tentativa de manipulação por parte dos investigadores. Na avaliação de integrantes do Supremo e da PF, é alta a chance de que o acordo seja suspenso.

A audiência ocorreu após a revista Veja divulgar áudios em que Cid aparece criticando a PF e Alexandre de Moraes. Nos áudios, Mauro Cid diz que foi pressionado a falar sobre fatos que não teriam acontecido ou dos quais ele não teria conhecimento. Quando Moraes revogou a prisão preventiva de Cid, em setembro do ano passado, as medidas cautelares impostas foram: uso de tornozeleira eletrônica e proibição de ausentar-se da Comarca, de sair de casa à noite e nos finais de semana; afastamento do exercício das funções de seu cargo de oficial no Exército; obrigação de apresentar-se semanalmente perante ao Juízo da Execução da Comarca de origem; proibição de ausentar-se do país e cancelamento de todos os passaportes emitidos em nome do investigado; suspensão imediata de porte de arma de fogo bem como de realizar atividades de colecionador, tiro desportivo e caça; proibição de utilização de redes sociais; e proibição de comunicar-se com os demais investigados, com exceção de Gabriela Cid (esposa), Beatriz Cid (filha) e Mauro Lourena Cid (pai). O STF ainda não informou qual medida foi descumprida.

(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

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