A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira (25) que espera um progresso nas discussões sobre justiça climática na 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, agendada para os dias 6 a 9 de maio em Brasília. O evento, que será precedido por etapas municipais, estaduais e abertas ao público, deve contar com a participação de aproximadamente três mil pessoas.
O assunto da justiça climática é um dos cinco tópicos que serão discutidos na conferência, refletindo a compreensão de que a crise ambiental afeta com maior intensidade grupos já em situação de vulnerabilidade, intensificando as desigualdades sociais na nação.
“Um dos fundamentos essenciais da conferência é abordar a questão da justiça climática, buscando uma transição que seja equitativa, especialmente para os grupos mais vulneráveis, como mulheres, comunidades marginalizadas, pessoas negras, a população LGBTQIA+, os povos indígenas e as comunidades tradicionais“, ressaltou a ministra em um evento sobre a conferência, realizado em Brasília.
Os demais eixos da conferência incluem: mitigação, adaptação e gestão de desastres, transformação ecológica, além de governança e educação ambiental. Antes da etapa nacional, ocorreram 439 conferências em nível municipal, 179 intermunicipais, envolvendo 1.759 municípios, além de 287 conferências livres em todos os estados.
Estarão presentes 1.501 delegados, sendo 56% do sexo feminino e 65% de indivíduos negros e pardos. As conferências estaduais selecionaram 20 propostas, com cinco destinadas a cada eixo, como prioritárias para discussão em nível nacional. Ao término do encontro, serão escolhidas 100 propostas que contribuirão, de maneira colaborativa, para a elaboração das políticas ambientais do país.
“Colocamos em prática a habilidade de confiar, estabelecendo e tornando possíveis as conexões com os estados, as prefeituras e a sociedade, engajando diversos setores, para alcançarmos esse número de municípios participantes”, explicou Marina.
O Brasil estabeleceu compromissos globais para enfrentar as alterações climáticas, incluindo a diminuição das emissões de gases de efeito estufa em 470 milhões de toneladas até 2025, com base nos níveis de 2020. Para 2030, o objetivo é reduzir as emissões do país para 1,2 bilhão de toneladas de carbono e atingir a neutralidade nas emissões até 2050.
“Atualmente, enfrentamos uma crise climática global, agravada por eventos e questões que ainda não conseguimos avaliar adequadamente”, destacou a ministra. “É fundamental avançar com pautas relacionadas à adaptação, mitigação e à conscientização ambiental“, acrescentou ela.
De acordo com o ministério, as emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento são o principal fator que coloca o Brasil entre os maiores emissores globais. Embora o país tenha visto uma redução de 50% nos alertas de desmatamento na Amazônia em 2023, houve um aumento de 43% no desmatamento do Cerrado, de acordo com os registros feitos entre janeiro e dezembro. Essa situação indica que o Brasil ainda tem um longo caminho pela frente para alcançar sua meta de desmatamento zero até 2030. (Foto: MMAMC/Reprodução)