Margarida Alves será incluída no livro de heróis e heroínas do Brasil

Líder rural e sindical que dá nome à Marcha das Margaridas, para reivindicar direitos das mulheres do campo, será homenageada

 

O Senado aprovou nesta terça-feira (15) a inscrição do nome de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O texto é de autoria da deputada Maria do Rosário (PT-RS), relatado pelo senador Paulo Paim (PT-RS) na Comissão de Educação e Cultura. A inclusão foi aprovada por 39 votos a 25. Ainda na noite desta terça a sanção foi aprovada em plenário do Senado Federal e foi anunciada e comemorada pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante discurso na abertura oficial da Marcha das Margaridas, nesta noite, no Pavilhão de Eventos do Parque da Cidade Sarah Kubitscheck, em Brasília.

Desde 2000, o nome da marcha é uma homenagem a Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983, na porta de casa e na frente dos filhos, logo após completar 50 anos, em resposta a sua luta pelos direitos da categoria. Desde então, a liderança se tornou símbolo da resistência de milhares de homens e mulheres que buscam justiça e dignidade. Latifundiários da região são suspeitos do homicídio. Mas, até hoje, o crime segue sem solução e os mandantes não foram condenados.

O caso de Margarida Maria Alves chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em abril de 2020, a comissão concluiu que o Estado brasileiro é responsável pela violação dos direitos à vida, integridade pessoal, proteção e garantias judiciais de Margarida Alves. O relatório ainda faz recomendações ao Estado brasileiro sobre como reparar integralmente os familiares da vítima; a investigação efetiva para esclarecer os fatos; o fortalecimento do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, concentrando-se na prevenção de atos de violência.

O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria está depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília. Nele também estão gravados os nomes de Tiradentes, Zumbi dos Palmares e Santos Dumont, entre outros personagens históricos.

(Foto: Divulgação/Contag)

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